quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Doença.

    A covardia é uma das marcas dessa nossa doença. É por causa dela que negamos a verdade e utilizamos da mentira como a cronista da nossa verdade necessária. E nos tornamos mitômanos. Ontem pela manhã, por volta de seis horas, reli ontem nossos diálogos do dia 14 de fevereiro... Hoje, dia 17 de dezembro, o dia seguinte, tento elaborar o que percebi naquele momento. Tem coisas que não fecham...

    _"Você sabe quanto tempo você levou para dar pra ele?"

    Você não levou tempo algum. Isso aconteceu no momento que ele te viu, você o percebeu, ele sorriu, você retribuiu o sorriso e ele chegou em cima e você criou a Erica para mim!!! Naquele fatídico catorze de fevereiro você me disse que achava que "ela queria te comer".

    Não tinha acontecido nada? Uns beijinhos? Provavelmente muito sarro!!!


TEXTO EM ANDAMENTO

quinta-feira, 26 de novembro de 2020


 

A faca, ou corte raso.

Corte
Sangue
Língua
Sabor
Vida
Lista



Lembrei!!!





Faltou comprar cebola e sabão em pó.

Verdades obliteradas

 

 

 

Quero saber de tudo isso agora,

Pra que eu saiba se te amo de verdade,

Ou me acovardo e assim me vou embora.

 

Quero sentir entrar os teus punhais, sem demora,

Para que eu sangre e expie em realidade, ou até te ame,

Ou simplesmente, e para sempre então, te jogue fora.


Eu profundo e outros eus.

Eu, verso profundo
de mim mesmo.

Qual a boia perdida no mar,
sinalizando aos barcos,
a esmo.

Eu, abismo profundo,
jocundo,
imundo.

Como um verso Raimundo,
Porém o dono do mundo,
e de algumas rimas fracas.

Daquilo que éramos feitos.


Subtraindo o todo que os circundava, os corpos, as vidas, seus passados, seu erros e acertos, suas idades ou mesmo suas cores. Tirando tudo o que os faziam humanos; uma mulher e um homem, tudo que sobraria era a essência. E esta era o amor, diriam. Cada um era para o outro um porto seguro de chegada e nunca de partida, ou ao menos deveriam ser ou ter sido. Mas não foram, nunca foram. Nem ele, nem ela. Ele virou um furacão, ela um maremoto. E juntos destruíram tudo de bom que existia.

Entre eles.

Entre a vida.

Os corpos, seu erros...

Destruíram a mulher e o homem. Tudo o que sobrou foi a essência dos dois. Mas isso eles já não viam mais. Isso não importava mais.

Nem a ela,

E depois, nem a ele.

A mulher e seus brinquedos.


 
 
A noite na cama,
Ela brinca.

Brinca com seus brinquedos,
Todos pretos,
Como um luto.

Brinca fingir desejo.
E fingindo prazer,
Finge fingir liberdade.

E nesse sonho de fada,
Bruxa, ninfa,
Ou Sherazade,
Finge assim atingir o cume
do que ela chama lealdade.

E eu, que em outro leito me deito,
Viro pro lado e durmo.

Sonhando também ser brinquedo.


 

Inventário.

Minha coleção de desafetos,
Um poema que é rimado,
Outros dois que são processos,

Um saquinho de cartas queimadas,
Meu album de fotos rasgadas,
Sem  rostos de namoradas.

Meu livro inacabado,
Tres canções não começadas.
Uns tantos projetos frutados,
Algumas piadas sem graça

Um amor de juventude.
Cinco promessas quebradas
Uma receita esquecida,
E a minha memória apagada.

sábado, 14 de novembro de 2020

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Ela.

Um dia, no meio da noite,

Ela há de chegar,

E entre sussurros e gemidos

Ela te chamará.


E eu, deixado de lado,

Suplico um pouco de ti.

Não vá, e tu fostes,

Correndo pra longe de mim.


E chegará outra vez o momento,

De minha cama partilharás,

Não minha doce senhora,

Ele aqui não mais está.


Pedaços que não mais se colam

Colados tantas vezes pela dor,

Maldita palavra é esta,

Rimando onde houve amor.


Meus cacos perdidos no tempo,

Lembranças de um amanhã findo,

Passado de tantos olhares,

Teu corpo, meu deus, era lindo.


E se nunca existiu Adriana,

Tampouco correu Narizinho,

As filhas que nunca tivemos,

E eu sigo a vida sozinho.


A tua alegria me encanta,

E é ela o que eu admiro,

Te olho de longe, na praça.

Sofrendo calado sorrio.


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Eu sou tua TUDONA!!!

Sou o teu macho,
Serei tua fêmea,
Eu vou ser tudo
O que precisar.

Sou teu amigo,
Serei marido,
Eu serei aquilo
Que imaginar.

E toda noite,
Serei teu porto,
Onde meu barco,
Vem se aninhar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Defying Gravity

I am falling

falling,

falling,

falling,

falling in love with you.

Arguição

Pergunta simples do dia.
Quantos amores tivestes
que te falavam em prosa,
Depois te amavam em poesia?

A maldição do Vale Negro

Entre montanhas sombrias
Perco meu senso, vem perigo
Deixo-me solto, em risco
De onde não há retornar.

Penetro sua escuridão
Encontro  minha luz lá perdida
O que é amor? Só partida?
Despedida, e não voltar?
 
Mergulho em teu vale negro
Sôfrego vou, me deleito,
Bebo tua fonte, teu leito,
Saudade, dói respirar.

Esse negror infinito
Puxa-me um útimo suspiro
Estraçalha tua gravidade
O meu pobre coração
 
E tuas estrelas afiadas, sorriem
Ao longe, em escuro mistério
Ah, Dionysos como quero.
Perder, perder-me, ceder.

Bang-bang

Ela atirou,
Bang-bang.
Duas vezes
E me acertou.

Bang-bang,
E eu respondi.
De raspão, ela disse.
Era meu todo esse sangue?

Nesse duelo ao luar,
Saco palavras do coldre,
Bang-bang,
Ela acerta sem mirar.

Esse nosso yn-yang
Sempre tão desencontrado,
Viro rápido, ela é rápida.
Bang-bang!!!

Tudo está por fim acabado,
Ou era começo?
E outra vez amar.

Primeiro olhar

A primeira vez
Que a vi
Foi outro dia
Pois quando olhei
Ela sorria.

A segunda vez
Não houve
Nunca tornei
A lhe encontrar

A primeira vez
Que a vi
É todo dia
Quando volto
A me apaixonar.

Minha'lma.

Perdoe seu menino, mãe,

Conceição me envenenou.

Foi dando seu leite preto

Negro fez de mim seu filho

Desde então escondo isso
Embaixo da pele branca.
Esse preto que eu sou.

E quando olho o espelho
Juro, nunca reconheço
Quando um branco de lá me olha
Perguntando quem sou eu.

Sempre olharam diferente
Meus irmãos, e não me viam
ao contrário do que são.

Meu oposto perto deles
Tão morenos, nem distante
Mas oposto do que pensam
Eu sou trevas, não sou luz.

Com todo o ódio do mundo...

O que eu faço  

Com todo ódio 

Do momento (que tenho)

Por você?

 
Você precisa
 
De ajuda,
 
De apoio,
 
(E talvez) Do meu ombro?

 
E eu me odeio
 
Por ter te odiado,
 
Um segundo que fosse
 
Por não ter te amado,
 
O bastante,
 
Nem ter compreendido,
 
Que teu desespero,
 
Que a dificuldade,
 
É como a minha


Só isso.

Desculpe-me

(Ainda te amo).


Vazios

Os corpos vazios

De amor

Ressoam suas

Solidões.


O sexo vazio

Do outro,

Masturba-se usando

Outro corpo.


E a casualidade

Esvazia

Aquilo que ambos

Sentiam...


Sentiam???

Senti,

Passado,

Pretérito do presente.

Sinto muito.

Lamento. 

Foi coisa de um só... ...momento!



Autoretrato em 3X4

sou síntese; 

tese de meu pai, 

anti-tese de minha mãe.



eu sou um abismo escuro e profundo.



talvez não...


(mas você nunca vai saber se não saltar.)



sou fácil,
difícil.


sou sim.
não sou.

sou as vezes, 


mas nunca sou.



sou quente, 

as vezes frio;


nunca morno.



estou sempre perto, 

ou talvez distante, 

mudando de acordo com o seu referencial.



sou norte,

(mas meu olhar 
sempre se perde ao leste,
 no horizonte 
de onde a lua vem.)



sou calmo, 

paciente 

e quero tudo pra ontem; de manhã.



sou teimoso.


perdôo sempre,

mas também odeio mortalmente, 

pra sempre; 

pelos próximos quinze minutos.



sou absurdamente racional,
e racionalmente incoerente.



sou verso e prosa.
estribilho
e refrão.

sou poema concreto.



sou ponto,
vírgula,
ponto e vírgula,
dois pontos,
interrogação,
exclamação.

fecha aspas.



sou irritante,
insuportável,
eu sou terrível.


sou doce;
meio amargo.



eu sou amor da cabeça aos pés.



sou homem,
sou arte,
sou marte!
ahh... sou.



sou enlouquecedor,
e a coisa mais calma do mundo.



nem penso. pulo no fogo pra buscar um amigo.

sou branco,
ariano,
preto e negão.

as três coisas que mais amo cabem em embalagenzinhas de 1.49m a pouco mais de 1.80m.
e todas elas ainda em fase de crescimento.



detesto jiló. 

só como quiabo por causa do meu orixá 

(ainda bem que ele não me pede pra comer com frequência, nem puro.).



sempre morro de saudade; 


mas nunca,
nunca,
nunca admito.



sou um hipogrifo num embate mudo contra uma esfinge.



a vida pra mim nem sempre é uma questão; 


decifro-te.
devora-me,

não tenho medo de mordidas,

nem de morder!



vou viver muito,
muito,
muito.
muito mesmo! 



até quase encher o saco.


ou não precisar levar saudades de você,
pois tive uma vida feliz.

adoro hamlet.

Palavras, ou poesia rala,

Sim...

 

Não.
 

Talvez?

 

NUNCA!!!

Pretérito mais que perfeito.

Amar verbo
Intransitivo
Pessoal e direto.

O amar não
Transitório
Sem suspiros
Peremptórios,


Flui em versos,
Poemas neste
Rio avesso
Onde a foz
É só o começo.


Do olhar,
Do desejo,

De apenas amar.


Introspecção

Eu retorno ao espelho,

Onde um dia me vi.

Onde um homem me aguarda,

Me sorri, gentil, sou eu.

 

 

Calo as dúvidas e vou trabalhar.

Rape me camaleoa.

Rape me camaleoa.

Me mostre-me 

Como é a vida;                                         

 

Boa,

Amor e ponto final.

Um último poema,
Falando de amor.
Usando meus versos,
De rima e de dor.

Eu faço quadrinhas.
Desde a minha infância,
Brinco poesia,
Nen perco a esperança.

Amor é escolha,
Também é derrota,
Amar cria vida,
Não cria lorota.

Amor não é sexo,
Nem sexo é poder.
Amor é saudade,
E às vezes fuder.

Amar é entrega,
Também é aposta.
Se não for assim,
O amor é uma bosta.

Se fala em saltar,
De um precipício,
Eu falo de amor,
Meu nome é...

Prazer em te conhece meu TUDÃO!!!

Perigo! Perigo! Perigo!

É o trem que chega na estação. 

_Não vai doer nada... 

O joelho treme, 

A perna se indica para frente 

 o corpo levemente se inclina. 

 

Uma criança passa correndo  

 

Não!!! 

 

O corpo recua horrorizado.

 

Tenho cinco crianças dentro de mim. 

 

Todas perigosas.

Luna Nera

Minha pequena lua negra,

Gira em torno de mim.
Roda me hipnotizando.
Girando, girando sem fim

Brilha a lua, tal estrela.
Num rosa intenso carmin
Luz que cega e apaixona
Reluz tão dentro, assim.

E eu gigante acorrentado
Domado em seus devaneios
Já me rendo, oh minha Lua
Pois brincas no meus desejos.

Vou cedendo ao luar.
Pouco a pouco me rendendo.
Pois seus raios prateados
Ofuscam meu pensamento.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

M.O.R.T.E.

A cada dia morre um pouco de mim...
Só um pouquinho.
De vagarinho...
Quase esquecendo de morrer.


Morte.
Mauricio Ferreira.

Eu sempre sonhei em morrer
No dia do meu aniversário
Como quem paga uma conta
Ou encerra um crediário

Em um círculo que se fecha
Morrer, sem nada dever.
Morrer fazendo uma festa
Morrer, simplesmente morrer.

No dia do meu nascimento
Saindo da morte passada
Representa o arco da porta
Pela qual volta-se ao nada.

Morrer, e de novo nascer
Viver, amar, respirar.
Querer uma vida melhor.
As vezes morrer é sonhar

Alívio cômico.

 Sorte no jogo,

Azar no amor...


Pooooorra!!!

Eu vou ganhar na mega sena da virada sozinho!!!




TRÊS VEZES!!!

Uma certa Adrianinha

Imagino seu nome,
E você no meu quarto,
Nas noites de chuva.
Pai, posso dormir com o senhor?
_Tô com medo.

E lá fora os raios estrondam,
Raivosos,
Furiosos de si,
Brigados com o mundo.

Aqui dentro,
O edredom a abraça,
E sua mãozinha agarra
Minha barba,
Uma âncora,
No mar bravio,
Meu amor.

Filha de pai,
Só pai?

E a mãe onde está?

Não importa o mundo,
Que se dane o impossível.
Nós vamos nos encontrar,
Pois a vida é precisar,
É querer...
...e amar.

Durma bem Adrianinha...

Esperando Adriana

O tempo passa,
E te espero.
Em cada segundo,
Se possível,
Penso.

Em teu cheiro,
Tua pele,
Teu sabor...
(Em todas as mordidas que juro vou te dar)

Em te sentir aos meus braços,
Te aninhar no meu colo,
Ser teu porto seguro,
Nas noites de tempestade.

Te dizer baixinho, sussurrando,
Quando ouvir teus soluços,
_Vai dar certo.
_Eu estou aqui.

Te dar de comer,
Cozinhar? Só pra você.
Quero lavar suas roupas,
E brincar de casinha.

E quando cresceres,
Te fores embora,
Que eu tenha sido
Teu pai e tua mãe.

E tu? Minha pequena Adrianinha.

A mulher imaginária

Ele a criou perfeita,
Uma pequena deusa de ébano
Ou uma rainha africaninha.

Ele a fez em poemas,
Versos, rimas, prosas,
Sem dilemas.

Falava da perfeição,
Daquele corpo (Que para ele era perfeito mistério.)
Da mente ou da alma,
Um Pigmaleão.

E desses versos bobos,
Como troças de uma criança,
Fez o homem, nu de si
Nu de planos, sem esperança.

Abrir o peito para ela,
Sem retorno ou vaidade,
Sem qualquer coisa que o valha,
Sem passado ou maldade.

É desse amor impossível,
Fruto tenro, imaginário,
Ele provou, se lambuzou,
Daquilo que lá não havia.

E foram tão bem feitos, (Os planos.)
Que ele de fato acreditou.

E o que era uma mentira passou,
Por tanta fé depositada,
A se chamar de verdade.

Mas verdade não existe,
Nem rainhas coroadas,
Ou deusas de puro ébano.
(Nem marfim diga-se de passagem.)

Ela sentindi-se ultrajada,
Daquele que estava perto,
Mas nem sequer perguntou (Para ele.)
O que seria o correto.

Disse apenas o que queria. 

E se foi.

E pronto.

E ele criou o seu mundo perfeito
De dois sujeitos imperfeitos.

Restou dor,
Sobrou agonia
Resultado de pouco amor
Ou de muita covardia?

Covarde,
Covarde,
Covardes os dois!!!

Covid-19

 

Porra, Covid de merda,

Por que, não me matou???

Não suporto mais sofrimento

Nem aguento mais essa dor!!!

Inspiração - re(IN)spiration


 

Inspiração
Mauricio Ferreira.


dói.

quando respiro. 


então respiro devagar. 


bem baixinho... 


bem baixinho... 


pra ninguém jamais notar.


re(IN)spiration
                             
Mauricio Ferreira.



It hurts if I breathe.
 

But I breathe - very slowly.
 

Quietly, quietly, gently… 
 

Why can't she look at me?

terça-feira, 3 de novembro de 2020

O navio errante

Eu, em meu barco de lata,

Navio errante, a te procurar

Singrado mares, nossos lares,

A noite em bares a te procurar,

 

Eu, capitão solitário,

Navego o mundo,

A te procurar.

 

A noite, por entre as brumas,

Espumas do mar,

Sonho te encontrar;

 

E o o dia resurge ao longe,

Você se esconde, fada do mar.


E eu capitão cansado,

de noites sonhadas,

Vidas solittárias, 

Amores perdidos,

Volto a navegar.


Um dia a tua bússula

me há de apontar,

E eu capitão do navio,

Serei o teu porto - seguro

onde um dia há de chegar.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Fernando Mauricio Pessoa Cardoso


O poeta é um fingidor

Finge tão completamente 

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

 

E os que leem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

 

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.

 

E aqui, eu depois de ti

Me enFenrando em tua pessoa,

Deixando assim o que sofri,

Chorando a vida a tôa.

 

Meu verso, teus versos tomados,

em rimas atemporais ,

Escondemos a dor tão calados,

Que fingimos que somos normais.

Onde tem amor, tem tudo.



 

Esquartejado

Eu, um homem em pedaços,

Todos salgados no chão,

Para que aqui nada floresça

Pois só se plantou solidão.


E meus braços, 

Sem abraços,

Minha alma,

Sem paixão,

 

Teu amor é uma navalha,

Sempre cega.

 

Mas cortou meu coração.

 

 



Amor, opus 231.

Seu amor é,

Um caminhão
Betoneira,
Descendo
Sem freio,
A minha ladeira
Rumo ao que parece,
Uma feira,
No fim da rua,
Cheia.

Mal dá tempo de doer.

Dor

É incrível a capacidade de sentir dor que desenvolvi ao longo da vida. Por conta da culpa que sinto por coisas que nem fiz, me fizeram. Por conta da vergonha. O fato é que entrei em uma relação de extrema dor pois dei a ela o poder para me humilhar e arrasar o quanto ela quis pelo tempo que permiti.

Essa é a melhor definição do que me aconteceu. Eu permiti. Embora tenha tentado desesperadamente reparar meu erro, e perdoar os dela, a única coisa que consegui me mantendo naquele lugar foi chegar a um fundo de poço absolutamente assustador, onde a morte era um apelo e saída dessa dor atordoante. Morrer é apenas uma das soluções possíveis. Não é um ato de covardia, mas de coragem extraordinária. Tirar uma vida para uma pessoa de caráter é algo que lhe será cobrado pelo restante de sua vida, porém tirar a própria vida gera uma cobrança brutal entre os instantes da decisão e a conclusão de sua execução. Digo isso por ter chegado várias vezes próximo da conclusão durante esse período.

Esse texto que concluo agora, dias depois de iniciado, é para me lembrar que eu posso escolher. Eu sempre terei escolha.

Um dia escolhi amá-la. Amar de uma forma tão imperativa que tudo que desejava era que o mundo a amasse e a visse por meus olhos.

Hoje escolho me amar. E quero tão somente me ver e me admirar pelos meus olhos. Reencontrar-me e trilhar o caminho que deveria ter sido o meu, mas que por conta de escolhas do passado foram caminhos de outros, de outras. Hoje não quero agradar. Não sou agradável. Não sou disponível. Não sou fácil.

Hoje sou eu.

Dor e horror.

Coração por que tu dóis,

Eu sofro por dor e horror,

Por aquilo que batia,

Que disseram chamar-se amor.


Coração tu se perdeu,

Perdi-me, não sei donde estou,

Se me olho no espelho,

Não mais sei se esse eu sou.


Coração o que faremos,

Eu não sei o que responder,

Não me sinto mais seguro,

Poetas só pensam morrer.

 

Coração te desesperas,

Sim quebrei e sangro em dor,

Tudo isso por aquela,

Que foi Lua e o meu amor.



No amor, na vida e na política!!!


 

Teu tudo e o meu nada.


 


A letter to Erika

Dear Erika,

I don't know your last name, your adress, nor your phone number. I haven't any means to contact you, to talk with and to you. So I write this letter as a message in a bottle thrown overboard, wishing the tide take it to you. 

I'm writing on my solitude, not to defy, not to blame you, but to thank you for protecting someone I loved most, even more than my own existence. Because I'm in a forever debt on her. You protected with you attention, with your expenses, with your body and with your love. I haven't means to thank you enough.

But I'm also sad because of this triangle. Because of the pain we inflicted to each other for this love. And again I have no means to say how sorry I am. I just can desire you peace, love and wish you always the best.

I wish the tide one day take my feelings to you.

With all respect, love and gratitude.

Mao.

Nu com a minha dor.

Fico só, no escuro, chorando

Nu com a minha dor,

Sentindo, pensando, sofrendo

Por tudo o que se passou.


E a poesia resurge

Das cinzas daquilo

que, um dia, eu julguei amor.


E eu tão nu de mim, mesmo

Desnudo do seu amor.

Horror, horror, desespero.

Chorando oque se acabou.

Valer a pena...

Desculpe-me, mas eu não valho a pena. Não valho o esforço nem a dor que posso proporcionar. Desistir é o melhor caminho para você. Sei disso por ter fugido de mim mesmo por tantos anos. Por ter fugido da dor, do esforço. Aí eu recomeçava sem o peso da outra pessoa. E assim foi até o dia que desisti de fugir por achar que valia pena apesar da dor.

Você sabe bem, pois estava lá me apoiando. Se sobrevivi foi por sua causa e por isso sou extremamente grato e devedor.

Mas essa noite foi tão insuportável para mim que não dormi. Tive febre a noite toda. Sozinho. Só e somente eu com minhas dores físicas e emocionais. Desculpe por todo o ressentimento que criei em você o qual você não soube trabalhar e agora vejo o quanto tudo isso pesou em tudo o que aconteceu quando você do nada me lembra disso.

Desculpe.

Minha incapacidade de ser feliz gerou isso e fui vítima daquilo que criei. Tudo é tão doloroso pra mim que sinceramente no estado que estou eu diria; Fuja, não vale a pena correr o risco de sofrer, pois eu sofro quando você diz que não sabe o que aconteceria se ela surgisse do nada no Brasil... Posso apenas falar por mim, da minha experiência. Quando ela surgiu para mim, em uma ligação, querendo me encontrar só me ocorreu dizer não. Não quero. Não temos mais nada a falar. Eu estou feliz onde estou.

Eu estava feliz com você.

Agora sou apenas uma ferida em carne viva. Sou uma fratura exposta. Sou dor, dor, dor. Eu não valho a pena o trabalho. Não valho a pena, não valho o risco e nem teu sacrifício. Eu falei ontem que sinto falta de contato físico. De tocar, sentir e cheirar. Sinto falta de um corpo junto ao meu. Sinto falta de compartilhar calor. Sinto falta de cheirar cabelos, de fazer cafuné... Mas eu não valho a pena. Sou o homem deixado de lado no dia 14 de fevereiro de 2019 às 11:05 p.m. Sou um homem abandonado agonizante numa cama, sozinho em cinco de setembro enquanto você se divertia. Sou um pedaço de carne, velha que perdeu serventia, perdeu o sabor, perdeu companhia...

Eu não valho a pena pois em toda essa noite de ressentimento e dor eu queria sangue, queria vingança. Queria retorno... Queria te usar. Te por no outro quarto e economizar meu dinheiro usando você... Desculpe, mas não quero isso. Não quero sentir o cheiro nem o gosto do teu sangue. Não quero ser o Maurício ressentido que lança seu cão feroz chamado Marcelo sobre quem quer que seja.

Oh, como dói amar dessa forma. 

Queria que todos os sentimentos passassem como quando você estava fora com ela. Quando eu somente sentia paz pela sua segurança e gratidão por ele que lhe proporcionava isso para mim. Queria que você não tivesse voltado e exposto toda a sua covardia e maldade. Esse lado biltre, abusador... Como dói e eu não sei como parar. Por isso não valho a pena, não valho o seu sacrifício nem o tempo que você vai levar para diminuir minha dor.

O preço talvez seja alto demais. Ele é alto demais. É tudo que você tem, tudo que você é para mim, para sempre Até o dia que eu acreditar que você está aqui de verdade. Toda, inteira. Você me salvou uma vez dela, mas será que você vai ter forças para me salvar de você? Fugir é tão mais fácil e segura que vou compreender. Talvez ela te aceite mais facilmente e talvez então ela valha mais a pena do que eu...

E assim quem sabe eu esteja livre pra achar alguém que um dia me diga o que você não me disse esse ano; que eu valhia a pena e o risco de podermos sonhar uma vida juntos.


domingo, 1 de novembro de 2020

Leia o texto do link e não apenas a resposta.

 https://medium.com/@sviaviolett/43d42e5dcc47

“Nem todo branco é racista”

Texto de Sávia Viollet

    Toda pessoa negra, sem excepção, já alguma vez ouviu a frase: "nem todo branco é racista". Frase essa usada em tom acusatório para denunciar o suposto extremismo das pessoas negras na luta contra o racismo. 


    Enquanto mulher negra, sei que quando se faz uma critica ao sistema ela não deve ser pessoal. Tendo eu noção que o racismo é, deliberadamente, um problema estrutural, não uma opinião de cerca de meia dúzia de pessoas racistas, generalizar não é uma critica pessoal, é uma crítica ao sistema.
Pessoas brancas produzem o racismo de forma consciente e inconscientemente o tempo todo, mesmo sem o saberem, dizer que todo o branco é racista não é uma crítica pessoal, é todavia uma critica ao sistema que privilegia um grupo de indivíduos dependendo da sua raça. Eu também costumava achar radical colocar todos na mesma caixa, até entender como se dá a construção do sistema. Quando a opressão passa a ser o normal nas sociedades, todos os nascidos nela cooperam em algum grau, então é parte dessa desconstrução reconhecer isso, ou seja, racismo não são apenas atitudes hostis direccionadas a negros, é todo um conjunto de factores que reforçam a superioridade de uma raça em detrimento de outra.
     

    Vivemos num mundo em que o sistema racista afirma e reafirma todos os dias que pessoas brancas são superiores às negras, este sistema funciona de forma totalitária para que todos os brancos, sem excepção, tenham privilégios, então já está mais do que na hora de nos consciencializar e parararmos de usar o "mito do branco em excepção" para invalidar as vivências das pessoas negras. 

 

 

 

 

        Ao ler seu texto, Sávia, quis pela primeira vez comentar uma postagem na página Biblioteca Preta Africana. Na verdade passei o dia inteiro pensando em responder ou não. Participo passivamente da página pois tenho consciência de que este não é o meu local de fala e sim de silêncio e aprendizado. Deste modo decidi fazer uma resposta  retórica, sem direito a receber qualquer réplica pois neste espaço pouco ou quase nunca frequentado por terceiros, as minhas palavras tem por finalidade ressoar meu pensamento.

 

 

 

 

 

 

        Sávia, concordo. Nem todo branco é racista; infelizmente temos alguns que são apenas grandes filhos da puta. O fim do racismo infelizmente não acontecerá por um milagre da conscientização social desta sociedade branca, patriarcal, misógina e homofobica que se reproduz em preconceito racial desde a chegada do primeiro homem escravizado ao continente. Esse despertar intelectual deverá acontecer individualmente ao que parece. Gota a gota, homem a homem. 

        Tive a sorte, ou azar de ser o filho que por conta da morte do pai, menos desfrutou dos privilégios de estudar em uma escola particular e por isso mais tempo permaneceu em uma escola pública por mais tempo que os outros. Nasci loiro e de olhos azuis, numa família de morenos. Essa diferença muitas vezes era transformada em provocações de meus irmãos mais velhos e desse modo sempre fui desajustado em grupos por ter uma certa síndrome de diferente.

        Como disse estudei em escola pública, porém ao final dos anos 60 e início dos 70, o público desse ambiente é distinto do que hoje encontro como professor de artes da rede municipal no Rio de Janeiro e em Nova Iguaçu. Em minha sala éramos todos brancos sem exceções, até na exceção. Digo isto pois o unico menino de comunidade em minha sala era um garoto sarará miolo. Ele, filho loiro numa familia preta também era vítima de bulling famíliar numa intensidade que não posso mesurar. Mas ambos numa sala de crianças de cabelos pretos nos identificamos imediatamente e travamos amizade desde o primeiro dia.

        Eu, com meus cabelos loiros escorridos tinha grande admiração pelo seu cabelo black com aquele volume e forma impressionante. Meu amigo para me ajudar trouxe-me seu garfo emprestado e me explicou como fazer para meu cabelo ficar igual. Após uma semana devolvi o garfo aos prantos pois meu cabelo não prestava para nada e imagino que em solidariedade ele nunca mais falou sobre o assunto comigo.


TEXTO AINDA NÃO FINALIZADO.

Resposta a um facista, em 12 de março de 2017.

 

    ELE: Fizeram lavagem cerebral em vcs seus idiotas comunistas acorrem pra o que está acontecendo vcs são doentes pqp parecem uns robôs sempre se deixando comandar
 
    EU: Prezado senhor F******o A*****o. Eu SOU TERRIVELMENTE comunista! E sou materialista dialético, ou seja pra mim deus é aquele amiguinho invisível que criança tem e algumas levam para a vida adulta. Oh!!!! Horror, horror, horror... Dirá o senhor. Digo isso por ter ido visitar sua página e conhecê-lo um pouco. Brilhante Ustra? O que me transformou em comunista foram pessoas como Ustra que em sua ignorância prenderam minha mãe pelo simples fato de ser uma poetisa. Uma mulher viúva com quatro filhos pequenos presa por ser intelectual.
 
    A qualidade daquilo que o senhor defende é esta: A covardia!!! 
 
    Quanto a lavagem cerebral; quantas horas o senhor perde por semana assistindo TV? Vi que o senhor assiste Big Brother... Aliás; o senhor sabe o porquê desse nome? Nos de esquerda não sofremos lavagem cerebral porque não temos conglomerados midiáticos nem redes de igrejas para alterarmos o pensamento da turba e assim criarmos movimentos "expontâneos" como o Movimento Boca Livre, quero dizer Brasil Livre. 
 
    Nós somos forçados a desenvolver individualmente nossas consciências através do estudo e da tomada de conhecimento.
 
    Concluindo, Jesus, se existiu, era comunista. Ele dividia tudo entre todos. Ele era assistencialista: ele alimentava as multidões. E terrorista; ele enfrentou o estado vigente e nas mãos de um Ustra da época recebeu o que pessoas como o senhor o teriam dado.
 
    O cara era tão marxista que teve o desplante de dizer que era mais fácil passar um camelo por uma agulha que um rico entrar no reino de Deus...
 
    E o senhor que é um pobre que está apoiando o capitalismo e o robô sou eu???

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Maurício Cardoso, Iluminador.








 

Yoko, meu biscoito!!!














 

o perigo está dentro de mim...


 

Eupreendedor!!!



 

Cause we are living in a hydrant world, and I am a hydrant girl!!!


    
Pra que serve a taxa de incêndio? Qual foi a última vez que você viu um hidrante na rua? Em que rua foi? Será que ele está funcionando direito? Outro dia passeando pelo Stanley Park em Vancouver, topei com um hitrante no meio de um gramado, e perguntei. "O que diabos esse hidrante faz aqui?" Brincadeiras a parte com alguns nativos (do primeiro mundo), resolvi tentar percorrer o parque virtualmente. Ainda não acabei de percorrer nem a área circundada em amarelo, cujo perímetro nem chega a quatro quilômetros, e ali já encontrei 13 hidrantes. Um parque como o Stanley Park Levaria décadas para atingir a maturidade que ele tem, hoje, se fosse vítima de um incêndio em suas árvores. Daí é fácil compreender por que tanta preocupação. Eu moro em Ipanema... Não lembro onde foi ou quando foi que eu vi um hidrante pela última vez... Aí eu lembro dos jovens de Santa Maria... E me pergunto novamente, "Pra que diabos serve a taxa de incêndio?"