sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O Cofre e seus segredos.

O universo observável,
O aglomerado de virgem,
O grupo local,
A Via Láctea,
O sistema solar,
O planeta Terra,
O continente Americano,
A América do Sul,
O Brasil,
O estado do Rio de Janeiro,
A cidade do Rio de Janeiro,
O bairro das Laranjeiras,
A rua das Laranjeiras,
O número 366,
O apartamento 402,
O meu quarto,
Eu,
O meu peito...

Dentro dele
O meu coração.

Ai, ai...
Tanto espaço por aí...
E eu apertando no meu peito,
Tudo que sinto dentro de mim.

Por você...

Morte.

Eu sempre sonhei em morrer
No dia do meu aniversário
Como quem paga uma conta
Ou encerra um crediário

Em um círculo que se fecha
Morrer, sem nada dever.
Morrer fazendo uma festa
Morrer, e apenas morrer.

No dia do meu nascimento
Saindo da morte passada
Representa o arco da porta
Pela qual volta-se ao nada.

Morrer, e de novo nascer
Viver, amar, respirar.
Querer uma vida melhor.
As vezes morrer é sonhar

Tudo, menos isso.

De tudo que eu poderia esperar,

Esperaria tudo, menos isso.

Posso esperar então sua covardia,

Mas não esperava sua ingratidão.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

FIAT LUX

Capítulo 1



Tudo sempre tem um início. Pode não ser o mais perfeito, mas sendo um início é sempre um novo caminho, os quais muitas vezes começam de outros caminhos, dúvidas, incômodos ou simples divagações. E assim, num terraço de hotel, correndo em uma esteira há quase meia hora com o suor pingando de seu queixo e sua camiseta encharcada apesar do ar condicionado começa ainda que ele não se desse conta um novo caminho. De súbito veio o incômodo. Com um tapa no botão de parada rápida da esteira o mundo parou. Suas mãos partiram em direções opostas alcançando simultaneamente uma pequena toalha e uma garrafa d'água. E era água apenas. Isotônicos não faziam parte de seu cardápio. Com a toalha, enxugou as últimas gotas que ainda insistiam em cair de seu queixo.

E ali ficou por cerca de dez minutos olhando a cidade pelo vidro, tal qual formigas numa caixa de vidro a cidade, ou uma parte abonada dessa cidade movia-se apressadamente a seus pés.

Aproximando-se daquela imensa parede de vidro, como se voasse. Talvez tenha se lembrado do hotel em Dubai, mas o fato é que estava colado ao vidro, forçando-o, e nesse pré-estilhaçar percebeu que era ele que estava estilhaçado. Sabe aquela vontade que dá de saltar quando chegamos diante do vazio?

E para seu horror o vazio era ele. Era aquilo que lhe incomodava, que gritava e agora rosnava como um animal feroz. Ele tentou anular esse sentimento retornando a esteira, elevando seu ângulo ao máximo e acelerando. Em poucos minutos o suor praticamente jorrava de seu corpo e está era sua intenção, camuflar co, o suor que escorria de sua cabeça e seu corpo as lágrimas do vazio que sentia.

Naquela tarde trancou-se em sua sala e em meio a dezenas de pranchas, umas com ilustrações outras com anúncios completos, pegou uma caixa de lápis e fez o que não fazia há anos; desenhou sem objetivo algum além do prazer de desenhar.




Fica!!!

Queria te pedir para ficar,
Mas não quero ouvir a resposta.
Queria poder valer a pena,
Como se eu fosse a melhor aposta,

Mas não peço, não me peças desculpas,
Pois em pouco vais embora,
E eu nos idos de maio,
Pelo amor maior ele chora.

E eu, te aguardo em casa, nossa casa.
A tua volta, meu amor, minha amora.
E que nada mais seja como antes,
Nem eu, nem você, nem nosso amor...

Quero te pedir para ficar,
Mas conheço tua resposta.
E um dia eu pra ti valer a pena,
E ser a tua melhor aposta.

Texxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxtando; Um. Dois, Três...

Resolvi incorporar do inglês o verbo contemporâneo; to text. Hoje texting é uma das principais causas de acidentes de trânsito por lá.

Não basta falar ao telefone. Tem que mandar torpedo. Tem que torpedear os outros ao volante. O problema acontece quando somos atingidos, não por um torpedo, mas por outro carro. Ou atingimos. Sinceramente não vejo nada demais em falar ao celular dirigindo, desde que obviamente se faça isso no viva voz. Todo motorista conversa com o carona. Bater papo de certo modo, para mim, é claro, diminui o estresse da direção. E estresse diminuído é igual a percepção ampliada.

Mas o texting que digo não é o de celular.

Toda hora esqueço o meu blog. E é um espaço interessante para colocar minhas idéias. Algo que penso. Acredito. Espero.

Let me try texting.

Bye-bye.


Pedaços.

Espalhado pelo chão jaziam seus pedaços. Destroços do que outrora fora alguém, mas agora nada mais que restos. Amor e restos humanos. Aos pés daquela que se intitulava rainha. Mas não era. Nem era bruxa ou fada.

E aquele monte de carne exalava um cheiro indescritível. A carne fumegava por conta da explosão e ao mesmo tempo apodrecia rapidamente como se esse processo putrefatório houvesse iniciado muito antes. Ainda em vida.

Aquela forma de vida resumia-se agora em cacos. Caquinhos... estilhaços... E lentamente como a vida a gravidade atraiu o menor para o maior para si e outro, mais outro; até quando deu por si ele estava inteiro novamente, ou quase. Algo se perdeu, pois coisas sempre se perdem. A vontade de estar próximo foi uma delas. Ali naquele vazio somente o medo o preencheria. E não era um desses medos comuns, dos quais você toma um gole de coragem e se lança no espaço.

Era um medo da presença. Algo que somente a distância manteria seguro. Sua rachaduras eram suas cicatrizes - mas havia uma certa beleza nelas - memórias de um momento que ficou para trás com tudo que poderia existir.

Ele ainda pagaria por seus erros pelos próximos dez anos. O sonho da filha estava no mínimo adiado. Ele se jogou tantas vezes no vazio e tantas vezes se espatifou no chão que nada mais o assustaria. Nada mais o machucaria!!!

Isso não é verdade. Existe algo - ou alguém - com imenso poder de sofrimento. Uma coisa que pode esfarelar sua recem criada unidade.

Ele mesmo.

Basta abrir novamente a porta errada. Aquela que fechou anos atrás e deveria ter permanecido fechada - a porta com a placa escrita felicidade, mas onde dentro só existe dor.
 

Alívio.

O joelho dói. Muito. A sensação de ter voltado para as quadras. De ter voltado a escalar. Ele simplesmente dói. Me cobrando o tempo. O peso da idade ou o meu próprio peso. O joelho direito reclama da vida e me diz ter quase duzentos anos. Dobra-se como um portão velho de ferro que teima em ainda tentar abrir e deixar o mundo entrar.

Mas um portão não dói. Nem reclama. Meu joelho me faz lembrar que estou vivo.

As cinco crianças em mim.

O primeiro menino, chamava-se Maurício. Tinha o mesmo nome que eu, e fui eu um dia. Um menino de quatro para cinco anos que estava um dia à beira da piscina olímpica do Fluminense olhando, com sua curiosidade interminável, os outros nadarem, em um domingo de sol de um provável verão. De repente, dois garotos correndo, um encontrão e eu atirado ao longe, para dentro da piscina. E naquele dia ensolarado ninguém notou um garotinho que se afogava (sozinho), e naquela luta de vidinha e morte, me dei conta que eu estava sozinho. Pedir ajuda, gritar pra que? Fiz isso e ninguém ouviu e eu apenas bebi água... Então consciente da minha situação/realidade naquele momento fiz a única coisa possível; me acalmei e lembrei do que fazia ali na beira da piscina: via os outros nadarem e como faziam para isso. Então comecei a bater minhas perninhas de menino, agitar os bracinhos de criança e voltei para a superfície e com determinação atingi a borda da piscina e me salvei.

Tenho cinco crianças dentro de mim. Todas perigosas.



Correção temporal.

Oito de janeiro de 2014. O celular toca. Do outro lado da linha uma voz em prantos, desesperada, me pede ajuda. Reconheço a voz. Paro e lembro de tudo em um único instante. Ela pede socorro. Eu lamento muito, digo que não estou no Rio e não tenho como ajudá-la. Me despeço e vou resolver meu dia. Tenho que ir a Ipanema comprar café e na volta parar no Flamengo pra fazer minha matrícula no curso de inglês. Antes de chegar em casa vou a uma academia e vejo os horários e preços.

A "vida que segue" então por um novo curso.

Para que serve o outro?

O outro, aquele objeto de desconfianca, que vai derrubar o mundo e fuder com tudo. O outro, ou outra, tanto faz. Ela vai estragar tudo. Ele vai estragar tudo... Outra vez... De novo... Pra sempre. Esse monstro de qualquer sexo que deixamos entrar em nossa vida, mas por que? que momento de loucura foi esse que nos permitimos sua entrada?

O inferno é o outro!!!

Ele é o fim da picada!!!

Mas entrou e agora? E agora José? O que faço? Como ajo? Onde encontro proteção?

Ahhhh, coraçãozinho tolinho. O outro é o inferno; verdade. Mas quando o inferno já arde é ele ou ela que chega na hora certa;

Nunca tarde!!!

E diz calmamente no seu ouvido.

_Calma, vai dar tudo certo.

Feliz 2017?



Gente boa do meu coração!!! Amo vocês, mas sinceramente feliz 2017??? Sério isso??? Minhas caixas postais estão cheias de mensagens de vencemos... Vencemos o que??? Mal sobrevivemos, isso sim!!! Viramos um país cada vez mais partido. Divididos em nossa ignorância política, religiosa, econômica, e racial e ainda temos a hipocrisia de dizer feliz ano novo??? Muito dinheiro no bolso de quem? Dos banqueiros, industriais, latifundiários, comerciantes e pro capital internacional. Aí sim!!!


A nossa ignorância é tão imensa que gritamos: _Comunista!!! Como se gritássemos "viado filho da puta"!!! Mas qual o mal em ser homosexual??? Que direito você tem de querer julgar o prazer do outro??? E qual o problema da mãe ser prostituta??? Provavelmente foi o que restou para essa senhora em um mundo machista onde o homem pode abandonar a mulher, com filhos, a própria sorte e ela que se vire como for para sustentar a família!!! E também pelo que me lembre; Madalena fazia do sexo o seu ganha pão, e o cara pra quem vocês oram tinha ela mais em conta do que teria vocês.

Enfim; chega de hipocrisia da minha parte. 2017 será uma merda na qual nós funcionários públicos e a população pobre, e preta, desse país chafurdaremos... Vamos piorar nossas divisões. A elite se distanciará cada vez mais, nossa medíocre classe média "baterá cada vez mais panelas" tentando se agarrar aos seus parcos privilégios e clamando por uma merda de Bolsonaro e Moro em 2018 e os pobres... Bem, os pobres, incluindo a classe média baixa da qual faço parte vai pagar a conta da festa, como sempre pagou. Sem direitos e sem sonhos, fantasiando ascender socialmente e por isso defendendo o direito das elites de estupra-los sem cerimônia.

Eu??? 2017 marca o ano do postergar sonhos. Doutorado, adoção... Não tenho "tempo" para isso enquanto minha alma pertencer a um banco que levou este ano mais de cinquenta por cento de meus rendimentos para pagamento de juros...

2017 será uma merda, e pronto.

Soluções.

Tenho andado estressado. Muito estressado. Esse crônica pessoal tinha outro desfecho, mas isso foi no mês passado. Muita coisa mudou. Perto do fim do mês, estava com uma amiga alemã que me disse que adorava, da alemanha, acessar meus pequenos relatos digitais. A razão desse texto curiosamente era uma autocrítica por escrever sem leitores. E naquele momento descobri que tinha uma leitora.

_E ainda por cima internacional!!! Roland Barthes que se dane. Eu também quero ser amado por meus leitores.

Mas a felicidade durou pouco. Alguns poucos dias. Perdi minha amiga num trágico acidente, do qual ainda não me recuperei emocionalmente, e provavelmente vou sentir sua falta sempre, mas disto não estou pronto para falar.

Thayná, minha namorada de adolescência.




Da minha primeira namorada ninguém sabe nada dela. Foi um namoro escondido, de mais de dez anos, entre idas e vindas e vindas e idas... As razões para ter sido escondido não vem ao caso pois problemas todos temos e nós também os tínhamos, e decidimos por esconder nosso afeto de quem não o compreenderia, pois as pessoas esperavam de tudo da gente. Menos que nos amassemos tanto.

Hoje, aos sessenta anos, lembro dela, e de toda a liberdade que ela me deu para ser quem sou e fazer as escolhas que hoje quero fazer. Sei que ainda vou viver muito e vou lembrar dela sempre com muito carinho e muita saudade. Lembrar que aquilo que os outros viam como diferença era exatamente o que nos completava e nos tornava tão íntimos.

Aprendemos juntos sobre desejo. A conhecer nosso desejo. Nosso sexo.

E de todas as mulheres que passaram pela minha vida, e que ainda passarão, foi ela a que mais desejei. Lamento o fim, mas o fim de um ciclo é o inicio de outro e sempre um eterno recomeçar.

Minha primeira namorada foi a mulher da minha vida, em tantas outras vidas que tive e terei é ela que vou levar sempre no corpo, no desejo e na alma.

Onde está? Está bem? Com quem? É feliz? Me importo com ela e sempre me importarei. Torço por sua felicidade e suas vitórias.

Que a vida seja sempre gentil contigo como você um dia foi comigo. Te carrego comigo na saudade.

Te amo.

Potência.

Certa vez disse a alguém do sentimento de potência que sua presença me dava. Sentia-me capaz de tudo. Esta postagem iria ser chamada de Racismo e seria somente a reprodução de meu comentário a uma postagem do Geledés, o comentário infeliz e preconceituoso de um covarde que se esconde atrás de um perfil fake e minha réplica a seu comentário. Esse material ainda permanece mas algo mudou. Mais uma coisa em mim. Sei que ele não é o desafio de caráter que me aguarda. Ele é pouco e pequeno. Isto não é vaidade mas a certeza que se eu permanecer neste caminho ele chegará pois a intolerância e a ignorância são incansáveis em seu chafurdar e esse sujeito foi apenas um grão de areia. Uma tolice, que umas palavras ríspidas fazem calar e correr com o rabinho entre as pernas.

E eu penso nas minhas filhas. Naquela que tenho e na que terei, mesmo que tudo improvável e contrário a nós. Vamos nos conhecer. Vamos rir, brincar, brigar, estudar, chorar e crescer juntos. Ela como filha que se abrirá para o mundo e eu como pai, como amigo e encorajador.

Não se preocupe meu amor; vai dar tudo certo.

Segunda feira, dia 05/12/16 vou ao diretório de minha cidade ver o que posso fazer por aquilo que acredito.

 


Mauricio Ferreira
Professor em Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ)

Não sei se este texto chegará ao autor mas é para ele que escrevo.

Prezado Otávio Augusto, sou professor de artes do ensino fundamental no Rio e em Nova Iguaçu. Anos atrás fui chamado para um curso de formação continuada num mês de novembro. O tema era obviamente africanidade. Sou branco, nasci loiro e de olhos azuis mas por conta de meu destino a mulher pela qual me apaixonei, além de ser a mais inteligente que já conheci, é preta. Conviver com ela me mostrou uma realidade que não conhecia, pois tive uma vida de classe média na zona sul pela maior parte da minha vida. 

Voltando ao referido curso o mesmo era composto por mini workshops, em especial o de Abayomi no qual me inscrevi.

Fiz algumas bonecas, e as fiz com black-power, dreads, nós Bantu e uma de turbante.

Qual não foi minha surpresa ao ver as bonecas que as outras professoras fizeram. (Eu era o único homem da turma).

Este curso era voltado para professores do primeiro segmento e para professores de arte. É no primeiro segmento onde está a maioria das professoras afrodescendentes e para meu espanto e tristeza suas bonecas eram todas de cabelos lisos, iguais às professoras.

Ao retornar a sala me dei conta que meus alunos - a maioria - eram pretos ou pardos os outros onze meses do ano é não apenas em novembro. Iniciei então um processo de autoconscientização e consequentemente da busca da discussão do tema dentro da arte. 

Sei que sou uma gotinha neste oceano de intolerância e ignorância, mas persisto neste caminho pois este é sem volta. 

Tenho medo que esta discussão se encerre no Rio de Janeiro por conta do provável panorama de intolerância que teremos com uma futura prefeitura evangélica e a consequente caça às bruxas (e orixás) por essas agremiações.

 Enfim, fazemos o que podemos diante desta realidade não muito favorável. Mas continuamos tentando.

Curtir · Responder · Excluir ·

14 · 13 de novembro de 2016 16:27


Terry Taylor
Ohio
"Parabéns". Ao casa com uma negra, você colaborou para a destruição de sua própria raça. Lamentável que um branco tenha tanto ódio da raça branca.
Curtir · Responder · Marcar como spam · 4 h


Mauricio Ferreira
Professor em Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ)
Terry Taylor caro perfil fake, sinceramente não me espanta uma opinião tão imbecil quanto a sua, visto que a covardia e medo de um processo por racismo o faz agir como um cachorrinho medroso com o rabinho entre as pernas e se esconder por trás de um perfil fake. O patético disto é que você não sabe que isto de nada adianta, pois existe uma coisa chamada internet protocol que registra o seu endereço e aí quando a polícia tocar a sua campainha... 

Pois é, cuidado com o que você vai escrever de agora em diante. Seu preconceito apenas mostra que nossa luta chama-se igualdade, nossa arma a educação. Torço para que você um dia evolua e nos alcance na raça humana. Raça esta composta por indivíduos de diversas cores e é exatamente isso que nos torna uma espécie bonita; nossa diversidade.
Curtir · Responder · Excluir · 2 h


Yoko Two.

Vivo com a Yoko Two. A Yoko One nunca existiu para mim. Existiu de fato mas nunca a conheci. Um dia, antes de me mudar pensei em ter companhia. Mariazinha havia ficado para trás e minha realidade era outra. Outro cão? Sim, por que não? E me lembrei de você uma namorada de adolescência que era louca por John Lennon e me comparava a ele. E resolvi ali ter também a minha Yoko. Uma fiel parceira na vida.

Um cão? Grande? Claro, você é um homem grande. Precisa de uma cadela grande. Oh, yes. My bitch!!! My dear bitch.

Mas que cão? De repente uma vozinha vem de dentro e fala; por que não um pitbull??? O que? Como assim um pitbull? Pirou de vez? E a memória me arremessa aos meus quatorze anos e eu ali, no beco andando com um skate emprestado. Era do Beto? Talvez do Julio? Era de alguém, não meu. E solto do outro lado do beco estava o Hulk.

Ela voltou do banho. Cheirosa... Nos atracamos na sala. Rolamos pelo chão por uma hora. Dormimos sobre o tapete. Eu e minha travesseira. Agarrados a manhã inteira.





Pensamentos.

TONHO – Estou pensando.
PACO – Você pensa muito, vai acabar queimando a mula.

(MARCOS, Plínio. Dois Perdidos Numa Noite Suja. Terceiro Quadro. Coleção Teatro de Plínio Marcos, 3ª Edição; Editora Parma; São Paulo, 1984.)

Estou pensando muito desde ontem. Penso muito sempre, mas nas últimas vinte e quatro horas o pensar atingiu níveis estratosféricos. Algo a ver com sonhos e realizações. Enfim; um sonho versus a realização de um projeto de vida - Mesmo que obviamente este sonho aparentemente seja um projeto de vida...

Fiz uma prova. Que esperei a vida toda pra fazer. (tais motivos de minha demora não cabem aqui)

_E agora, José?

Independente do resultado, eu já passei. Fui aprovado por mim mesmo, que na verdade é o que me importa e interessa nesse momento da minha vida. Claro que eu gostaria de realizar este sonho específico...

_Mas será que tem sentido fazer isso agora?????????????????????????????

Olho pra meus projetos antigos. Começo a tirar a poeira deles... E... A pensar...

_E diabos... Por que não?

Amanhã é o dia certo pra começar com tudo isso. O melhor dia! O dia que eu esperei a minha vida inteira.

Projetos.

Quero começar este ano sacudindo muiiiiiiiiiiiiiita poeira. Me refazendo do choque. Sério. Choque. Chocado. Passado. Beje, ocre, melhor dizendo; abóbora para ser mais exato...

No mês passado fui atrás de um sonho e dei de cara na porta. Metáforas a parte, fiz uma prova para retornar para a Unirio, com a intensão de fazer o curso de direção teatral...

_E não é que eu fui reprovado???

Sério. Sem sexo ou sacanagem. Eu tinha dezoito anos quando fiz essa prova, e dona Barbara Heliodora me pergunto se eu não era muito novo para ser - ou querer ser - diretor. Naquela hora pensei: F... O que quer que eu responda; estou reprovado. E fui reprovado.

Meus sonhos de enfant terrible foram postergados. Quem sabe numa outra vida. A verdade e que sempre fui péssimo para me relacionar com os outros. Dessa forma, levei anos para conseguir interagir com grupos, e dessa forma poder pensar em dirigir. Mas voltando para o mês passado, tive imensa dificuldade em conseguir montar as cenas definidas...

Vamos combinar que; quem define uma prova, sendo a apresentação de duas cenas de dez minutos cada... E logo na cena obrigatória, eles determinam um texto que tem dezessete minutos numa leitura comum... (O terceiro quadro de Dois perdidos numa noite suja, de Plínio Marcos)

Vamos combinar que "ninguém merece" tamanha organização.

Mas enfim. Depois de comer o pão que o diabo amassou, sentou, chutou, deixou de lado, voltou e fez tudo de novo, consegui um elenco. Fiz seis... Eu disse SEIS ensaios. E nem todos com todo o elenco. (numa cena que tem dois atores.) Para a segunda cena, com três atores, fiz somente dois ensaios com os três juntos...

O mais engraçado é que na segunda cena consegui atingir todos os objetivos que havia me proposto na encenação. Quanto a primeira cena... Bem... A primeira cena era mais complicada em termos de encenação. Precisava do prazo que eu tinha, quase quarenta e cinco dias, para atingir o proposto. A proposta visava trabalhar as rubricas do autor com uma visão becktiniana.

_ Em seis ensaios? Então tá...

Minha maior felicidade foi conseguir que eles decorassem todo o texto. Mas deixa pra lá...

Como a raposa, agora sou eu que tenho certeza de que as uvas é que estão verdes; não eu.

Lidar com a vaidade alheia é um saco. Lidar com a veleidade...

_Ah, brou, isso eu não tenho mais saco pra fazer.

Feliz 2009 pros seus sonhos.

O login da vaca louca.

Crisis? What Crisis? (Crise? Que Crise?)

Alguém se lembra desse disco do Supertramp? Vivemos tempos de crise!!! Mas que crise? Ler Raymond Williams me fez tristemente cético sobre certos fatos humanos.

Que crise é essa ou qualquer outra que posso lembrar? Lá no ginásio, atual ensino fundamental, segundo ciclo sobre aquelas monarquias absolutistas e que não me lembro qual era a outra designação, tinha por fim somente a acumulação de riquezas. É incrível como isso é parecido com o liberalismo.

Aliás; o liberalismo tem como premissa não discutida o seguinte ponto: Nós temos toda a liberdade do mundo pra determinar o seu destino, através do seu emprego, salário, conhecimento, bem estar, saúde, qualidade de vida, o que come, como se diverte, o que acha que vai vestir, etc. Você tem toda a liberdade de calar a boca e aceitar o que fazemos contigo sem reclamar e achar que vai conseguir chegar onde estamos pois você vive a vã ilusão que tem liberdade para escolher o seu caminho.

Crise nada mais é que o momento em que esse grupinho decide fazer a colheita do que plantamos para nós, mas que não sabemos; é deles. Não somos escravos por uma questão semântica, mas vassalos. Morremos de medo de sermos expulsos do feudo do nosso senhor, o que chamamos de empresa, companhia, multi, etc. E se expulsos, precisamos urgentemente encontrar outro senhor que nos aceite entre seus vassalos.

Isso é vida?

O sistema capitalista é uma pirâmide, ou um avião. Digo daquelas que volta e meia algum esperto lembra e cria pra ludibriar os tolos. Você coloca dez e recebe cento e sessenta... Lembra? No sistema capitalista, ainda mais nesse liberalismo e globalização, a previdência social é esta pirâmide. Ela é fadada a quebrar pois o governo não tem como sustentar o sujeito no alto. Quem sustenta somos nós. E os empresários ainda reclamam do pagamento dos direitos. E o governo corta direitos.

E quando você se aposentar? Vai ter direito a que? Já pensou nisso?

Damos graças a Deus do fim das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O fim de algo que nunca existiu: O comunismo.

É verdade que não estamos prontos para ele. E em boa parte por conta do que achamos que ele é (Achar significa que nos foi colocado na cabeça, vocês sabem por quem.). Comunismo é antes de tudo um sistema econômico antiquíssimo. O primeiro sistema, diga-se de passagem. Ouve um tempo em que todos eram donos dos meios de produção. Você não aprendeu isso na escola? Pois é... Falam tão vagamente que se esquecem de dizer que isso é comunismo. Mas este é o menor aspecto.

Basicamente a diferença do comunismo para o capitalismo está na destinação da riqueza produzida.

Ah, sim. Produz-se riquezas no comunismo.

O destino dessa riqueza é o bem estar de todos. Trabalhar, produzir é um ato de civismo; de ética e cidadania. Mas o desfrute dessa riqueza no que chamamos de aposentadoria é um direito e um orgulho. Num sistema comunista, por exemplo uma instituição conhecida por seguro não existe. Não existe lucro na morte. E nem a preocupação de deixar algo para alguém, pois o medo da falta (faltar algo) não existe, pois tudo é de todos e desse modo a riqueza é repartida. Somos responsáveis não somente por nós próprios, mas pelo(s) outro(s). Este é o sentido de cidadania neste sentido.

Enfim; só estou um pouco cansado de olhar em volta e ver essa ignorância que se chama desejo. A ilusão que se esconde no desconhecimento e na pobreza de espírito que passeia tão sutilmente entre nós e normalmente não nos damos conta: Pra existir um rico tem que existir milhões de miseráveis.

Esse é o ser humano. Humano? Fala sério!

Natureza morta.

Do fundo do poço o monstro sorria. Sorria com escárnio pois mais uma vez ele conseguirá sair e destruir o mundo ao meu redor. Novamente dei as costas e achei que ele nunca mais sairia, mas saiu. Agora olho a paisagem desolada como um rio doce devastado. Sem vida. E seu riso grotesco, animal, feria meus ouvidos, meu corpo, minha culpa.

Esse sou eu, um homem de culpas escondidas, de verdades não ditas, ocultas no fundo desse poço, na forma de um mostro terrível, meu personal-godzila. Esse sou eu, um homem sobressaltado pelo sofrimento transformado em culpa, e essa culpa em dor, e essa dor em desespero e o desespero em solidão.

Uma vez vi o mostro, quando a luz entrou bem fundo no poço até então escuro. Nele o monstro se debatia, queimando sob aquela luz. Esse monstro era eu. Revirei as garrafas, mas em nenhuma delas havia coragem. Apenas um líquido amargo chamado verdade.

Ela esperava proteção. Meu coração se estilhaçou em lágrimas. E de repente percebi que devia tê-la protegido de mim em primeiro lugar. Desse monstro que deixei escondido mas que tinha o meu nome, que anda com minhas pernas e que pisa a flor mais delicada do mundo, o seu amor

_Me odeio, me odeio, me odeio!!!

Mas me odiar é insuficiente. O gosto amargo da verdade ainda está na minha boca, e meu corpo inteiro dói.




Passados.

Ele olhou para trás e percebeu que cada vez mais tudo estava mais e mais distante. Os olhares, os sorrisos, as palavras, os abraços, os beijos e o cheiro do cabelo dela.

Outras vieram, algumas voltaram e tantas mais um dia chegarão. Mas ele ainda olha para trás esperando vê-la. Mesmo sem esperança. Ainda que sem certeza. Como se fosse possível o passado voltar àquele dia em que se conheceram.

Ou voltar mais ainda...

Até o momento que uma porta se abria. E quem sabe, nessa hora, uns dez metros antes da porta, ele se lembra do filme que deixou dentro do carro e volta para apanha-lo.

E assim, com o passado refeito. Sem dor nem lágrimas ou sorrisos, podem os dois seguir seus cursos onde suas torrentes os levariam.

Vai saber para quais outras portas a vida os levariam?



Memórias.

Minha lembrança mais distante, perdida no meio de nuvens e névoas da memória são três pequenos fragmentos daquele que foi o meu pai. De certa forma é estranho ter alguma memória de dois para três anos. Nasci em vinte de janeiro de milnovecentos e sessenta e três, as oito e meia da noite, para sorte da minha mãe. Quase sorte na verdade pois nasci no corredor indo para a sala de partos da Beneficência Portuguesa.

Como assim, quase sorte? Dia vinte é feriado no Rio de Janeiro, se bem que este em especial era num domingo, e reza a lenda meu pai levou minha mãe e amigos a praia neste dia. Mas não qualquer praia. Copacabana? Ipanema? Não, nada tão fácil assim. Imagine há mais de cinquenta anos atras ir pra Barra da Tijuca, sem túneis, elevados. Muito menos metrô. Agora imagine que não estamos falando da Barra. Barra é pouco! Ele levou a mulher grávida de nove meses para Grumari!

Nessa hora eu percebo de quem eu puxei toda a irresponsabilidade que me acompanhou durante a vida e que tanto trabalho tenho para conter... Sim, eu sei, eu sou insensato, e deixo minhas emoções e desejos falarem mais alto. E minha aventura começou naquela praia, entre contrações e comida. Eu, herói gauche, macunaíma de mim mesmo, nascendo em um corredor de hospital.


Minha vida em gotas.

De repente, como diria Vinícius, não mais que de repente senti um ímpeto de começar a arrumar as coisas para minha saída. A morte vem pela frente não é a vida que me aguarda a partir de agora. Você pode estar pensando; _Nossa mas que mórbido, mas aos cinquenta e quatro e poucos dias tem mais de alguns poucos dias que eu já passei da metade de minha vida e essa necessidade de organizar é uma forma de rearranjar meu futuro. Não há em si nenhuma morbidez ou pensamento fúnebre mas ao contrário uma busca pelo que vivi e como viver melhor daqui por diante.

Como um menino pode se apaixonar aos nove anos e permanecer apaixonado até os 16? Como se pode sofrer, amar, chorar, ter medo, se revoltar, ter coragem e se acovardar? Que forças e paixões me guardam ou desviaram pela vida?

Então começo um tipo especial de biografia. Uma feito em contos e crônicas daquilo que vivi ou de alguma forma me lembro. Será algo gotejando memórias boas e ruins, alegres e tristes. A tentativa é remexer, vasculhar e desnudar meu passado e presente de forma a me libertar daquilo que me prende, da culpa, da vergonha, do medo mas ao mesmo tempo um reconhecimento da minha humanidade ao ver meus defeitos e mais que tentar superá-los, aceitá-los.

Bem vindos a,

Minha vida em gotas.



M(eu) monstro de estimação.

Esse monstro sem alma sou eu. Que se esconde durante o dia debaixo de risos e gentilezas, que a noite arfa, uiva, baba salivando por carne e sangue.

Sou o monstro que sem remorso algum estripo a flor do teu corpo, rasgando os sonhos, matando a ti, mais e mais uma vez.

E aprisionado em minha torre choro teus cadáveres abatidos em fúria ou ciúme me esquecendo de toda a carne, não sua, que em m(eu) monstro abati.

Fé.

A Igreja Universal do Reino da Graça do Dia de Hoje, pois a Vida é muiiiiiito Curtinha.

Finalmente criei a minha igreja. Ela tem um profeta, um único apóstolo, e somente um seguidor. Todos os três sou eu. Você pode ter reparado que não existe nenhum padre, pastor, rabino, mulah, etc. A Igreja Universal da Graça do Dia de Hoje, pois a Vida é muiiiiiito Curtinha não tem pretensão de guiar ninguém. Ela não acredita no conceito de carneiro a ser guiado. Todos; no caso o profeta, o apóstolo e o seguidor tem o direito de tomarem o caminho que melhor servir para a sua vida, e assim sendo, o primeiro princípio dela é que não existe o pecado. Em nenhum sentido. Existe somente a responsabilidade advinda das escolhas realizadas, bem como o resultado dessas escolhas.

O principal dilema filosófico existente fica assim resolvido: _O sentido da vida na Igreja Universal do Reino da Graça do Dia de Hoje, pois a Vida é muiiiiiito Curtinha, é a morte. A vida se encaminha inevitavelmente para a morte, e graças ao Universo chegaremos lá no exato momento necessário, e nem um único segundo antes.

(paragrafo único) A morte ou qualquer outra coisa que possa acontecer depois dela não é problema seu.

Graças ao Universo chegaremos à morte na hora necessária, pois afinal não fomos criados para viver além do possível por nossos corpos. (Se dentro das atuais condições de vida, e ciência, medicina, etc; na qual vivemos pudessemos passar por exemplo dos cento e cinquenta anos, o único prazer que nos restaria seria conseguir ir ao banheiro uma vez por semana: se tanto.)

_Graças ao Universo não precisamos passar por isso. A maioria de nós vai muito antes disso se tornar uma realidade.

Desnudo e sem asas.

Se eu descascar tudo que tem em volta e olhar lá no centro o que tem que posso chamar de verdade...

Me importo contigo.

Entrei por que quis compartilhar o seu sonho. Quiz fazer dele um pouquinho meu. Isso por conta da absurda admiração que tenho por você.

Naquele momento juntos era o seu sonho, meu também.

Mas o tempo passou, fiz meu erro.

Recaí no mesmo erro.

E seu sonho foi tudo que me restou daquilo que éramos.

Mas apesar de minhas imperfeições, erros e defeitos de caráter, aquela parte minha senhora de minha admiração era capaz de qualquer coisa para manter sua retidão de agir e ser.

Amor? Admiração? Tanto faz pois não importa mais.

Recaí uma terceira vez em minha prepotência por justamente achar que não o fazia, e eu inocente e cego de minha impotência queria novamente ser o cavaleiro a te socorrer.

Logo você Mauricio? Justo você que não tem coragem sequer de enfrentar o "mostro" que vive nos meus porões...

Ahhhh, Mauricio!!! Fala sério que você pensou que a salvaria??? Justo ela, que de donzela perigante nada tem!!!

Seu tolinho...

De todos os príncipes que ela poderia imaginar para socorrê-la, você se tornou o mais tosco e pálido reflexo de esperança que ela poderia ter.

Ela não precisa de você.

NUNCA PRECISOU!!! Ela só te desejava. Isso é passado.

Capisce???

A única pessoa que ainda precisa de você é você mesmo!!!

A resposta é um conjunto de verdades incômodas. É a cebola a ser descascada até chegar ao seu núcleo acre-putrefato.

Tudo que me foi dado foi errado. Depois disso, quando cresci passei a viver a vida achando ser aqueles os padrões corretos. E vivi a vida fazendo uma carreira de escolhas equivocadas. Erradas pois tudo eu justificava. Nomeava-as de O Monstro...

Mas ele é eu somos a mesma pessoa. Sou eu quando escolho errado. Sem pensar, prepotente e egocentrado. Aí, faço merda!!!

E você ainda quer ser príncipe...

_Velho babaca!!!

E eu olho pro sonho se desfazendo, em minha impotência de príncipe "gauche" ainda quer salvar uma princesa que não precisa nem nunca precisou de salvamento de homens como você.

Aliás... Homem???

E eu olho pra minha alma em pânico caindo, caindo no precipício e digo; O jeito é te deixar caindo pra ver se um dia você aprende a voar.


Perdas e... Danem-se!!!

Rio de Janeiro, 31 de março de 2013.

Gosto de reler meus escritos, muito mais que escrevê-los. Tenho um certo prazer em reescrevê-los. Li há pouco um pequeno texto, no qual descobria que tinha uma leitora. Minha querida amiga Renate Weller. Minha melhor amiga. Na época da postagem não estava pronto para falar e acho que nunca estarei.

Mas passo por um momento de perdas e, por isso, ela voltou. Tenho que encerrar essa perda para poder começar a perder o resto. Frau Weller, foi uma grande amiga para todos. Acordei na manhã do dia primeiro com uma ligação de minha comadre aos prantos, me perguntando qual era o voô da Relene...

Frau Weller se foi, voou para o azul profundo e aqui me deixou. Perda. Uma amiga. A amiga. Uma irmã. Muitas saudades.

Não lido bem com perdas. Meu pai, meu tio, minha inocência, meus sonhos... Minha mãe. Meus amores. Mas vivo apesar da perda. Cresço apesar da perda. Aprendo apesar da perda. Sou apesar da perda.

Vou.

Carta aberta

Caro amigo que bateu panela e agora percebe que ela está esvaziando e os seus direitos sumindo. Você foi usado!  Sei que você percebe isso agora. Nós também queremos o fim da corrupção no Brasil, embora reconheçamos que o político corrupto é só a ponta do iceberg, embaixo dele estão capitalistas e seus interesses. O fato é que você agora compreendeu o que aconteceu.

Aquelas pessoas fizeram uso da mídia e do dinheiro para criar uma campanha de difamação e assim atrair sua atenção enganando-o com falácias e mentiras deslavadas. Você sacou que o MBL nunca foi um movimento apartidário, até por que, meu caro, só se é apartidário no cemitério! A vida, o ar, a água, o petróleo, tudo é política.

Eles te fizeram se sentir traído pelo PT, te fizeram crer que a culpa de tudo era do PT e que os PTralhas inventaram a corrupção... Agora contam outras mentiras e você vai acreditar?

Querem reformar a previdência dizendo que retirando a carga, aquilo que são os seus direitos, de cima do empresário eles criarão mais empregos.

_Será?

Imagine que você é dono de um Café e tem um atendente que dá conta do serviço. O fluxo de público em seu café não aumenta, mas os gastos com seu funcionário reduziram bastante. O que você faz? Pensa; _Ahhhh já que está baratinho vou contratar outro empregado e dar a minha contribuição social como capitalista... ou pensa melhor; _Hummm que legal, está sobrando mais dinheiro vai dar pra trocar o carro esse ano e mandar a Luíza de novo pro Canadá.

Se você chegou aqui na leitura, parabéns. Em um mundo de textos twittescos, escrever mais de algumas letras ou achar quem leia tantas palavras é um luxo. Então vamos ao que importa. Sim, o golpe não terminou e o PT foi inocente o bastante pra se deixar enredar pelas raposas da direita. Você pode argumentar o que quiser para tentar defender o ponto de vista que te deram. Que se o PT caiu nessa é que são incompententes, que tem político do PT denunciado... Entretanto nada disso muda o fato de que nada foi provado contra o Lula ou a Dilma e que essa raiva toda que te despertaram, através do seu medo de um futuro incerto foi direcionada contra as pessoas erradas e não adianta você negar esse fato.

Eles irão partir agora com toda a sanha para cima de Lula para tornar-lo inelegível. Também se voltarão contra Dilma...

Mas digamos que não consigam, ou não o façam por outros motivos que nem consigo imaginar. O fato é que mesmo elegendo Lula, mesmo você votando no Lula, não conseguiremos nada além de um país paralisado. Explico melhor. Durante a era Lula e o primeiro mandato de Dilma o executivo conseguia manter a maioria e votar pontos importantes para nós. Sem maioria o país fica ingovernável. É o congresso que aprovas gastos, investimentos e as contas do governo. Então como fazer qualquer coisa com um congresso contrário?

Lembre-se; quando eles quiseram, criaram toda essa farsa e tiraram o único governo que em 516 anos de história fez alguma coisa pelo povo.

É compreensível você querer a manutenção de suas regalias. Mas fazer isso à custa da castração do direito do outro conquistar a sua dignidade é que não é justo. Ninguém quer tirar o que você tem e nem necessariamente queremos as mesmas coisas que você possui. Só queremos que todxs possam ter o direito de alcançar o mesmo.

Seja justo.

Em 2018 estará na ponta do seu dedo fazer aquilo que o STF, a Lava-Jato, a Polícia Federal e tudo mais não conseguiram fazer.

Pense antes de votar. Se não dá pra botar eles na cadeia, vamos ao menos botar esses canalhas pra fora da vida política e limpar o Brasil. Sem ódio, sem rancor, sem ressentimentos.

Mauricio Ferreira, professor da SME-RJ e SEMED/NI
 
Postagem original de sexta feira, 24 de fevereiro de 2017 às 20:49
 

Diálogos 1

Após minha carta aberta recebi comentários como era de se esperar.

Ele: Maurício querido, me explica,  por favor, já que sou analfabeto político,  que regime político o PT implantará caso retorne ao poder: social/democrático, tipo URSS do pós guerra, Mao Tuse Tung dos anos 60?

Eu: Fulano*, caso você não saiba, a Escandinávia tem um sistema social, internamente, que é socialista.

Obviamente que é muito fácil olhar pra URSS e pensar pelo lado violento do stalinismo, esquecendo quais eram as propostas de Lenin. Da mesma forma julgar como se administra um país com mais de um bilhão de pessoas.

Nosso modelo não é nenhum dos dois. Você esqueceu de citar a Cuba de Fidel... Nosso modelo é mais parecido ao dele. Somos um país de terras cultiváveis com uma população capturava e trazida para trabalhar e depois deixada à míngua.

Parece familiar para você? Pois bem, você vai apelar e dizer; _Sim e todas as pessoas que foram presas? Lá não existe liberdade!!!

E eu te pergunto: _Aqui tem? Você conhece o cinema cubano? Sabia que existem eleições em Cuba? (Nesse momento você ri da pergunta mas se esquece que aqui com nossa liberdade elegemos um Collor, Cunha, Jucá, Alckmin, Malluf, Sarney, ACM's, Zito family, Garotinho family, Cabral, Pezão, etc. É difícil para as pessoas acostumadas a serem toadas pela  nossa mídia sequer admitir que de repente as pessoas em Cuba votem no governo, pois estão gratas de terem o melhor sistema de saúde de TODAS AS AMÉRICAS, e um dos melhores do mundo; E GRÁTIS!!! Talvez elas votem porquê possuem educação pública de qualidade até a universidade!!! Ou quem sabe o motivo delas votarem e o fato de Cuba ser um país pobre de terceiro mundo, do tamanho do estado do Rio de Janeiro e ainda assim conseguir mais medalhas olímpicas do que nós?

_Vai saber?

Vai ver no fundo os cubanos preferiam que seu país fosse o playground dos americanos? Com cassinos, prostíbulos e toda a terra cultivável dividida entre a produção de charutos e frutas tropicais exportadas para os EUA??? (Obviamente você sabe que esses negócios na ilha eram de propriedade americana. Incluindo os prostíbulos uma vez que a máfia americana é quem se apropria e comanda esses negócios.

Esse é o momento que você ainda tenta reagir e pensa; mas e as prisões?

Caro Fulano*. Vivemos no Brasil. No estado do Rio de Janeiro. Vivemos uma violência de estado na qual quase não se faz prisioneiros. Mata-se indiscriminadamente! Se o sujeito é preto, mata-se! Se é pardo; mata-se! Se é branco... Ops, com licença doutor...

Dizer que existiram presos políticos é questionável. Pois a corja que administrava Cuba fugiu na noite que as forças revolucionárias tomaram Havana. Então quem ficou para ser preso?

A visão que você tem do mundo é a mesma que tem aquelas pessoas que fogem de Cuba. _Ahhhh, no capitalismo eu vou ter liberdade e posso consumir coisas que no socialismo eu não tenho, sem contar que ainda tenho chance de ficar rico!

E eu te pergunto: Qual liberdade? O seu direito de ir e vir depende da sua capacidade financeira para ir e vir. Eu por exemplo por conta dos salários no ano passado tive minha liberdade restringida. Não fui trabalhar por falta de dinheiro para pegar um ônibus... Isso é liberdade? Consumir é algo que nos coloca em castas. Neste sistema capitalista o nome que damos as castas são classes sociais. Quando você consome você o faz por uma questão muito mais ligada à separação de castas do que da necessidade específica daquele consumo.

Quer ver? Lembra daquele comercial escroto da tesourinha infantil do Mickey e da Minie?

_Eu tenho! Você não tem!

Isso é casta, é exclusão! É saber que você não mora na favela e não é um fudido. É a falsa sensação de sentir-se salvo e de participar da festa.

E quanto a enriquecer... Fulano*, você é preto. Quantos banqueiros pretos você conhece? Quantos grandes industriais pretos você conhece? Quantos donos de redes atacadistas pretos você conhece? Quantos latifundiários pretos você conhece? Quantos grandes comerciantes internacionais pretos você conhece?

Por favor não julgue de forma equivocada minha frase a seguir. Fulano*, no país onde moramos é infinitamente mais fácil você e sua família serem assassinados pela polícia por serem pretos que algum de seus descendentes se tornar o primeiro homem ou mulher preta realmente rica neste país.

Mas respondendo à sua pergunta, qual o sistema o PT implantará? Nenhum. O PT apenas administrará o que existe. Não se muda uma ordem social através do voto. Não ainda. Uma nova ordem só é imposta através da revolução e, uma vez lá, esta ordem tratará apenas de sua manutenção, de sua continuidade.

Foi o que aconteceu na Inglaterra quando Tony Blair do PT inglês assumiu depois de uma década de Margareth Tatcher. Foi o que aconteceu no Brasil depois que o Lula entrou no lugar de FHC. Ambos entraram com a função de manter a ordem constituída. E mantiveram. Se o PT voltar, o sistema capitalista está garantido, quem não está garantido somos nós, pois a ingovernabilidade que o congresso impôs a Dilma será aplicada a Lula a não ser que ele consiga refazer o pacto que a direita quebrou.

O que eu estou te falando é sobre governar para o máximo da população e não apenas para uma elite da qual você, meu caro, nunca fará parte.

Textooriginal publicado em um domingo, dia 26 de fevereiro de 2017 às     11:41

Discussões sobre um assassino covarde

Tudo começa com uma mensagem no WhatsApp.

Fulana: Bruno foi solto! Mais uma dor de cabeça p/o Tite. O referido goleiro não leva gol desde 2013 e vem treinando como um condenado!

EU: Fulana*... vou te pagar uma bronca. Fazer piada com um fdp escroto desses não tem graça. Independente do caráter da mulher, ser morta, esquartejada e servir de comida pra cachorro???

Isso é de uma monstruosidade inimaginável!!! E somente num país como o Brasil um monstro desses é solto (por quem? Pelo primo do Collor, ou seja um representante de um nordeste racista, coronelista e misógino)

Já temos essa merda chamada futebol que estraga o futuro de nossas crianças dando-lhes uma fantasia de glória e riqueza... agora acrescentamos impunidade ao bolo.

Fulana: 🤔🤔🤔🤔 Não entendi a sua indignação com a minha pessoa? Foi uma piada e,  em nenhum momento,  defendi o Bruno. Vc me conhece pouco, Maurício! Deixe a sua bronca para o judiciário, para nosso código penal obsoleto, para o coronelismo que ainda impera em nosso país, principalmente no Congresso e no Senado lá de Brasília. Com relação ao futebol, não é ele que cria uma fantasia de glória e riqueza. É esse sistema falido e sem perspectiva de um futuro melhor para crianças e adolescentes.  Como professora vivo isso diariamente, conversando com meus alunos que podemos vencer na vida através de uma educação de qualidade, que deve ser oferecida a eles. Por isso, quem me conhece, sabe o quanto gosto do que faço. Me entrego ao meu trabalho e faço o meu melhor todos os dias. Vc terá oportunidade de me conhecer melhor!😜😜😜

EU: Querida... não é questão de conhecer. Quando fazemos piada de um fato como esse sem perceber estamos trabalhando no sentido de banalizar o fato. Daqui a pouco o caráter da moça volta a questão é o assassino psicopata torna-se vítima. Minha bronca é com o judiciário, o legislativo e executivo. Mas não deixo passar a possibilidade de alertar as pessoas do movimento que elas estão realizando.

Assim como a moça na Itália que se suicidou por conta da internet, essa moça assassinada também tinha família. Tinha mãe, pai... Teve um filho que lhe foi arrancado!!!

E alimentar um animal com o corpo de uma pessoa é em última análise querer transformar a pessoa naquilo que o assassino acha que ela era: fezes.

Minha indignação não foi contra você. Ela é contra esse movimento midiático que nos abarca e remove a capacidade de autocrítica banalizando fatos, movendo opiniões e construindo ideias que são contrárias aos nossas interesses mas que compramos por ser mídia.

Não tenho dúvida alguma de sua capacidade como educadora. Cheguei agora na escola mas sei reconhecer de imediato quando um trabalho é bem feito.

O que me trouxe para o magistério foi ver a rotina de heroísmo e abnegação do professor. Por isso estamos aqui e por isso continuamos!!!

Na verdade quando você disse que em momento algum você defendeu o Bruno... Quero te mostrar que você está enganada.

A piada serve como forma de humilhação. Segundo Henri Bergson, em O Riso, a comédia foi criada com o propósito de diminuir o outro. Da comédia grega original, era o diferente que era o alvo da piada

O velho, o pobre, o gordo, o deficiente, o diferente e a mulher. Quando alguém escreve uma piada está colocando ali seus preconceitos.

No caso do Assassino Bruno, que retrata esse infeliz país chamado Brasil... se a gente aplicar uma engenharia reversa a piada poderemos compreender melhor a parada.

Bruno foi solto! Mais uma dor de cabeça p/o Tite. O referido goleiro não leva gol desde 2013 e vem treinando como um condenado!

Vem treinando como um condenado...
Bruno foi condenado a 22 anos e oito meses de prisão pelo assassinato perverso de Eliza Samudio.

Não leva gol desde 2013...
O Assassino Bruno foi condenado em março de 2013, ou seja nem quatro anos ele ficou preso pela barbaridade que cometeu.

Não sei quem é Tite, mas possivelmente o goleiro do Flamengo. Não só ele, nas todos nós devemos ficar preocupados. Um psicopata é libertado, o advogado do PCC vira ministro do STF...

Bruno foi solto...
Isso é motivo de alarme. Nossas instituições faliram e não nos protegem.

Fazer piada é defender o Assassino, sim!
 
 
Postagem original publicado em um sábado 25 de fevereiro de 217 às 12:08

 

Pesos e medidas

Vivemos em um mundo fragmentado, partido, dividido. Estilhaçado em seus múltiplos pontos de vista. Uma percepção possível é da intencionalidade da secção do pensamento. Quando olhamos para as estruturas produtivas da era do cooperativismo, no qual os meios de produção pertenciam a todos, para o sistema capitalista, em especial a contemporaneidade e seu neo liberalismo tropeçamos em questões interessantes de construção do pensamento e da identidade de massa. Apesar de vivermos um momento no qual o indivíduo mais que nunca percebe a sua individualidade, está se perde dentro de um sistema de comunicação de massa que nos classifica e generaliza de forma a sermos definidos por grupos ao que alguns chamam por tribos.

Em um conceito geral, tribo seria o grupamento familiar e social ao qual pertencemos, entretanto este conceito extrapolou para o caráter social, criando a partir daí laços pseudo familiares. Desse modo as interações propostas por cada grupo e subgrupo definem sua participação e contribuição ao todo social. Entretanto toda esta caracterização e formação de um corpus social individualizado e em constante  enfrentamento com seu meio é um fato paradoxal em sua natureza. O ser contemporâneo trata-se de um homosapiens conect.
 
Texto original publicado em uma segunda feira, dia 27 de fevereiro de 2017 às 20:09

Consciência

Infelizmente a consciência não se ganha. Você não ganhou a sua, ela foi construída durante o processo de conscientização. Percebo isso nos diálogos que tenho com as pessoas. Elas não questionam, não enfrentam.

Fulano: O vídeo que a Rede Globo foi proibida de repetir:
https://www.youtube.com/shared?ci=8QAspJlBGl4

Eu: É pra assistir? Partindo da Rede Globo é intrinsecamente mentira! Tem 25 anos que não assisto ao jornal nacional e mais de trinta sem o "Fantástico" aos domingos (aliás, ainda existe?)
Esse tipo de mensagem é para obrigar você a assistir e ser levado a crer numa mensagem que tem tons de "verdade"... Mas no fundo é TV Globo!!! Não, obrigado. Tô dispensando.

Fulano: Se eu postei é que tem algo objetivo. Agora assistir ou não assistir é um direito seu, como é um direito meu colocar o vídeo que demonstra o quão caros são os políticos brasileiros. É, saiu na Rede Merda e eu achei muito escandaloso e vou compartilhar com todos os grupos e  pessoas para que vejam nem que seja pra criticar, afinal o mundo é formado de opiniões.

Fulano (novamente): Vc assistiu a mentira, pelo menos?

Eu: Fulano* confesso que nem me interessei, só acho a chamada em si falaciosa o bastante para ser questionada. A Globo proibida de repetir? Isso acontece nesse planeta?

Eu (novamente): Fulano*, tenho a mente aberta e acabei de assistir. Vamos lá... A primeira falácia... Maiores economias: ok, França e Itália de fato são um pouco maiores. A segunda, muito pouco maior, nas colocar a Espanha e Argentina sem qualificá-las como economias menores que a nossa. Na lista de PIB, o Brasil é nono, Espanha décimo quarto e Argentina em vigésimo primeiro.

O problema sinceramente não é quanto custa um senador ou um deputado.

O problema é por quanto os grupos de interesse compram esses senhores.

Eu acredito que uma pessoa sensata como político deva receber mesmo um puuuuuuuta salário!!! Pra que o que ele receba seja suficiente para se sustentar em altos padrões, e não se sentir tentado em viver altos padrões através da corrupção.

A questão não são os deputados. Somos nós!!! Nós que elegemos e aí simplesmente achamos que eles são ladrões??? Mas você não votou neles??? Não pesquisou o passado político do indivíduo???

Quando a Globo faz uma matéria como essa temos que tentar compreender por que foi feita? Quais os objetivos ali escondidos.

O que está ali é uma ação que em tempos de guerra se chama contra-informação. Aqui essa informação transmitidla objetiva irritar o cidadão médio, levando-o a descrença política, e a direções que sempre apontarão para o radicalismo.

Opção um: É tudo ladrão, não voto mais em ninguém!!! (E a pessoa esquece que os votos nulos ou em branco não pesam. Eles não são contados) Resultado; a gente não vota e o pastor ali da esquina manda as ovelhas, cabras, bodes, burros e outros bichos do entorno da mangedoura votarem no candidato "Y" e assim elegem um bispo como prefeito...

Opção dois: Toma-se o caminho do radicalismo de direita e vota-se "conscientemente" no Bolsonaro... O problema é que assim demonstramos nosso analfabetismo político, social e histórico achando que milico não roubava...

Preciso falar o resultado???

Como disse não assisto os jornais da Globo há tantos anos porque fiquei cansado de ter que ler nas entrelinhas o que é dito de fato.

A Coca Cola fatura quase 60 Bilhões por ano no Brasil. A TV Globo onze bilhões. Quase um bilhão vem somente da The Coke Company.

Qual interesse a Globo quer defender, o meu?

Agora duas perguntas...  Desde quando a Globo fica repetindo matéria transmitida? E quem impediria ela transmitir caso ela quisesse???

Como disse antes, não tinha por que assistir...


Texto original publicado em uma quinta feira, dois de março de 2017 às 6:59

Resposta a um facista.

ELE: Fizeram lavagem cerebral em vcs seus idiotas comunistas acorrem pra o que está acontecendo vcs são doentes pqp parecem uns robôs sempre se deixando comandar

EU: Prezado senhor Fernando Antonio. Eu sou comunista! E sou materialista dialético, ou seja pra mim deus é aquele amiguinho invisível que criança tem e algumas levam para a vida adulta. Oh!!!! Horror, horror, horror... Dirá o senhor. Digo isso por ter ido visitar sua página e conhecê-lo um pouco. Brilhante Ustra? O que me transformou em comunista foram pessoas como Ustra que em sua ignorância prenderam minha mãe pelo simples fato de ser uma poetisa. Uma mulher viúva com quatro filhos pequenos presa por ser intelectual.

A qualidade daquilo que o senhor defende é esta: A covardia!!! Quanto a lavagem cerebral; quantas horas o senhor perde por semana assistindo TV? O senhor assiste Big Brother? Aliás; o senhor sabe o porquê desse nome? Nos de esquerda não sofremos lavagem cerebral porque não temos conglomerados midiáticos para alterarmos o pensamento da turba e assim criarmos movimentos expontâneos como o Boca Livre, quero dizer Brasil Livre. Nos somos forçados a desenvolver individualmente nossas consciências através do estudo e da tomada de conhecimento.

Concluindo, Jesus, se existiu, era comunista. Ele dividia tudo entre todos. Ele era assistencialista: ele alimentava as multidões. E terrorista; ele enfrentou o estado vigente e nas mãos de um Ustra da época recebeu o que pessoas como o senhor o teriam dado.

O cara era tão marxista que teve o desplante de dizer que era mais fácil passar um camelo por uma agulha que um rico entrar no reino de Deus...

E o senhor é um pobre que apoia o capitalismo e o robô sou eu???



TEXTO ORIGINAL PUBLICADO EM UM DOMINGO, 12 DE MARÇO DE 2017 às 22:54


Distopia

Regularmente me pergunto, o que seria de Hollywood sem o capitalismo? Em maior ou menor escala o futuro no cinema será sempre distópico. Mad Max, Avatar, Convergente ou qualquer outro filme trata o futuro como uma terra sem futuro que se apoia somente nas esperanças dos protagonistas. Mas a pergunta que não se fazem é quais foram as razões que levaram o mundo àquela sinuca de bico? Guerras são as principais causas dessa distopia, entretanto outras causas são apresentadas e a principal delas é o consumo desenfreado. Wally-e conta a estória de um solitário robô reciclador em um mundo transformado num lichão de Gramacho, fruto do consumo exagerado e desperdício humano. Megacorporações comandam esse mundo do futuro. Os estados se dissolveram. Quando vemos a água, a energia elétrica, o gás e combustíveis, a comunicação, e a internet cada vez mais sobre o comando de grupos econômicos mais próximos daquele futuro hollywoodiano estamos.
 
TEXTO ORIGINAL PUBLICADO NUM SÁBADO, 18 DE MARÇO DE 2017 Às 21:50

Chapado.

Ok, me crucifiquem!!! Já começo o texto assim para economizar o tempo daqueles com um pensamento mais retrógrado, ou menos favorecidos em conexões sinápticas úteis.

Que porra é essa de chape??? Como assim heróis??? Jogador de futebol só pode ser herói de um povo miserável que leva seus filhos pra escolinhas de futebol como forma de redenção da miséria cotidiana. O que seria do Neymar sem a bola? Do Pelé? Do Edmundo??? Bem; a julgar pelo fim que levou seu irmão, a gente sabe o que seria dele.

Eu estou verde mas é de raiva dessa alienação coletiva. Somos muito piores do que eu poderia imaginar. O "comunismo" caiu em 1989 e vinte e sete anos depois vejo energúmenos vendo símbolos comunistas até na bandeira japonesa... Tá difícil!!! Tivemos quatorze anos de um governo de bem estar social e pronto; a elite pirou e arrastou uma classe medíocre, ops quero dizer média para sua infantaria.

E se você não está com eles, então está contra!!! É um petralha-filha-da-puta-comunista-que-merece-morrer-sentindo-dor!!!

Simples assim. Ou você é do bem, ou é do PT, ou é de Jesus ou do PT!!! Não existem mais os cinzas, somente preto e branco. E é nessa sociedade binária.
 
 
Texto original publicado em uma segunda feira, dia 10 de abril de 2017 às 7:50

Diálogo com um coxinha...

EU: Desculpe Fulano, mas eu não bato panela. Esse site é o perfil daquelas pessoas que colocaram os corruptos no poder... Mas enfim, FORATEMER e fora isso, cada um pede o que acha que precisa.

O COXINHA: Site? Colocou corruptos? Quem vota é o povo. Apesar de eu ter certeza que as urnas são fraudadas.

EU: Se você pesquisar verá que ali na imagem tem um MCC escrito. Indo mais fundo é Movimento Contra a Corrupção. Isto é uma página do Facebook o que não vem a ser exatamente uma mídia livre, visto tantos casos de censura velada que esta rede já promoveu, mas voltando a página é sempre bom lembrar que nenhum daqueles que votou pelo impeachment da presidenta gritou: _Pela manutenção dos meus privilégios, da minha bocada e pra livrar meu rabo de qualquer investigação... Eu voto SIMMMMMM!!!

Pois é... Como o golpe que nos estão aplicando parece um canivete suíço, toda hora se desdobrando e fazendo surgir uma ferramenta diferente, é de se perguntar QUEM PAGA POR ESSA PARADA? Pois a página é impulsionada e isto representa custo para alguém. Quem?

O tipo de mensagem é o mesmo tipo apelativo do MBL (cá pra nós Movimento Boca Livre) que contava com aporte de toda esta estrutura corruptora.

Particularmente acho que os políticos são o menor problema nesta questão de corrupção. Seria preciso somente não votarmos nos que estão com PROVAS (físicas e verdadeiras e não copia de e-mails não enviados ou contratos em branco).

O MCC apela ao nosso desejo de ética e pede um milhão de compartilhamentos para ao mesmo tempo se colocar como substituto do esgotado MBL e se autovalidar como uma ação popular apartidária.

Só que não existe apartidarismo. Tudo é política. Todas os nossos atos são políticos. O homem é um animal político. Aí novamente me volta a pergunta; QUEM?

E quanto às eleições serem fraudadas... Pode até ser que isso aconteça, mas numa realidade onde um imbecil como o Bolsonaro é eleito o mais votado... Tiririca... O mais votado... A anta do Dória ganha uma eleição, mas perde pros votos nulos e brancos... Onde o Malafaia fala e os cordeirinhos dele votam de acordo com o que ele disse...

Pra que fraudar urna?

O COXINHA: Não foi isso que perguntei. Eu perguntei quem colocou os corruptos. Obviamente o voto. Temer foi eleito junto com Dilma. Quem votou em um votou no outro, porém essa questão pouco importa. O segundo e o terceiro colocado nas eleições tbm usaram dinheiro de corrupção. O povo ataca e defende os políticos a toa. Todos que roubam devem ser presos e ponto.

EU: Para o PT chegar à presidência e poder realizar seu programa social, foi obrigado a aceitar o jogo político. Vimos isso nas eleições anteriores que perdemos para os pústulas de Mello e Cardoso.

Eu não votei no Temer. Votei em um projeto de governo social orientado pelo programa do partido e no qual sempre votarei. O Temer foi a contrapartida de chegarmos ao poder. Anteriormente o pacto com a elite burguesa foi selado com a presença do José de Alencar como vice, entretanto após a sua morte o capital decidiu que deveria voltar a ser tudo como antes, ou melhor, deveria ser tudo como a muito tempo atrás onde os direitos sociais não existiam.

A questão toda é; quem se beneficia da falência do Partido dos Trabalhadores e a quebra dos benefícios sociais?

É hipocrisia bater panela e gritar contra a corrupção e fumar maconha no posto nove de Ipanema ou achar absurdo direitos trabalhistas de empregadas domésticas, cotas nas universidades e no serviço público...

Temos que exigir ética é em casa. E ética nada tem a ver com moralismo, mas sim com não querer levar vantagem sobre o outro, sobre o se dar bem.

Ética é tomar a multa e não pagar pro guarda tomar uma cerveja.

Como podemos querer que o STF, TSE ou qualquer outro tribunal tenha compostura se nós não temos?

Não tenho vergonha do STF... Tenho vergonha é quando algum dos meus amigos canadenses, franceses, americanos ou alemães vem aqui e no bar "metem" dez chopes a mais na conta ou quando o taxista tenta cobrar 500 reais pra uma corrida do aeroporto até a zona sul.

O COXINHA: Ética na verdade são conceitos filosóficos dos valores morais. Moral é o ato de praticar os bons costumes. Sendo assim, quem tem moral não pode votar em PT, PSDB, PMDB... Ou qualquer outro que vc saiba ser totalmente corrupto. E o que ensinamos desde berço é que o bom exemplo vem de cima ou os filhos vão educar os pais? O STF, STE e o STJ são os pais da ética do Brasil. O povo subordinado as leis são no caso o filho. É o povo que deveria dar o exemplo ou o povo copia seus líderes? Reflita. (Canadenses, europeus, americanos... Seus amigos sao capilatistas. Pq o comunismo aqui?)

EU: Fulano... Capitalista é o banqueiro, o industrial ou os grandes comerciantes... Estudei com protocapitalistas na minha adolescência no Colégio São Vicente de Paulo... Eles eram os herdeiros dos Bancos Crefisul, Nacional e Unibanco.

Meus amigos são professores, engenheiros, artistas ou técnicos de diversas áreas. Nenhum deles é capitalista mas como nós vivem dentro de sistemas capitalistas... Em alguns casos podem ser sistemas menos opressores que o nosso uma vez que a rentabilidade do capital é maior nos países pobres que dependem de investimentos para buscar seu crescimento.

Quanto a ética ser um conceito filosófico, concordo, entretanto a moral também é parte dela, sendo pois o tratado entre o bem e o mal.

Desse modo alijar a ética de um sentido prático e distante da vida ordinária (do dia-a-dia).

Neste momento a moral destacada da ética assume qualidades atreladas a outras temáticas transforma-se na verdade em instrumento de opressão de minorias.

De nada adianta um sujeito de moral que não possui ideologia pois este vota em função da flutuação de sua moral. Trabalhei na fundação do Partido dos Trabalhadores e até a eleição de 1996. Sou filiado há 31 anos e transferi minha filiação para Nova Iguaçu quando me mudei para cá. Voltei a fazer militância pois se não estou concordando com a direção de meu partido, é também da minha responsabilidade lutar para que o partido supere suas dificuldades e mantenha seu rumo dentro de seu programa político.

Em tempo... Sou comunista. A vivência durante minha adolescência com aqueles e outros capitalistas me deram a percepção que a distância que nos separa é muito maior que apenas a renda.

Nunca me filiei ao partidão pois na época o senhor Roberto Freire era o presidente do partido e este indivíduo nunca me enganou e também não era chegado aos comunistas notáveis (Niemeyer, Jorge Amado e outros)...

E só de curiosidade... O que significa o comunismo para você?

O COXINHA: Para não me alongar e chatear os outros participantes com tantos textos, a resposta será hiper sucinta. O modelo econômico que faliu qualquer país onde foi instaurado!

EU: Mas qual modelo? O maior país do mundo chamava-se União da Repúblicas Socialistas Soviéticas... Socialismo é diferente de comunismo que nunca foi implantado pois ainda não chegamos neste estágio de evolução. Países dependem de comércio para existirem e quando os poucos países socialistas são vetados disso cria-se instabilidade. Os 54 países da África são capitalistas e destes 30 são os mais pobres do mundo. O capitalismo deu certo? As crises globais acontecem por conta dos desvios de capital que se radica neste ou naquele país onde pode conseguir ganhos maiores... A pobreza é uma invenção do capitalismo.

O primeiro comunista que conheço dividia tudo com todos, fazia assistencialismo social e dizia claramente que era mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha que um rico entrar na comuna do pai dele...

Pois é; a elite do capital da época criou uma série de mentiras sobre o camarada, tanto que ele foi condenado enquanto um real criminoso era anistiado e foi crucificado ao lado de dois bandidos... Se bobear os dois do PT.

Boa noite.



Texto original publicado num sábado, 10 de junho de 2017 às 21:03

Diálogos 2

 E _Paro, olho e atravesso.

A vida também deveria ser assim. Mas infelizmente na maior parte das vezes ela é somente um samba atravessado na avenida. E quanto mais eu penso o quão longe deixei as coisas, como Sancofa elas voltam a vida para me lembrar sua existência. Pessoas são assim. Elas são como as ondas do mar enquanto vivas.

Vão e voltam.

E eu lamentando minhas dores. Meu joelho hoje dói muito mais que meu coração. Este apenas incomoda. Irrita minha memória que seletivamente lembra bons momentos e oblitera o inferno, a escuridão, o abando, a humilhação e a dor a qual livremente sujeitei-me.

Amor... Ah, bobagem...

Eu quero amar uma mulher. Rainhas eu as quero mortas pois não creio em direito divino uma vez que deuses mais existem. Bruxas não existem, fantasmas não existem e lembranças são apenas a realidade que não existe mais.

Texto original publicado em um sábado, dia cinco de agosto de 2017 às 13:27

Poderes

Não, não entrego nem delego poderes a ninguém. Muito menos a você. Não volte a minha vida para fazer o caos que eu deixei fazer da última vez.

Não queira me fazer de troféu na parede da sua casa. Eu não aceito isso é portanto fora de meu pensamento!!! Você não merece que eu pense um átomo por você!!! Você está construindo a sua solidão e o seu castelo de rainha abandonada!!!

Portanto eu te abandono!!!

Troco sua irrealeza pela minha realidade que pode até ser pouco provável, mas estou construindo e quero ir até o fim nesta construção!!!

É engraçado ouvir seus apelos de gratidão agora. A única coisa que quero, confesso é meu dinheiro de volta!!!

Quer mostrar ser grata por mim? Pare de se exibir empresária de sucesso!!! Você não é!!! Você é artificial!!! Você foi bancada por um homem!!!

Não, isto não é machismo meu. É apenas a realidade!!! Não gostou??? Me pague 50 mil reais e eu calo a boca!!! Ou então cale a sua e tire essa pose de mulher de sucesso.

Eu sacrifiquei meus sonhos pelos seus.

Eu não estou magoado. Estou é com raiva!!! Pois se falo em 50 na verdade foram mais de 80 mil com todos os juros que paguei e ainda pagarei!!!

E eu estava pronto para sacrificar ainda mais... Onde eu estava com a cabeça???

Minha raiva se esvazia nessas linhas, o alívio de saber que meu sangue ainda circula e meu coração ainda bate me tranquilizam. Olho para o lado e você não está!!! Que alívio... Vou sobreviver a isto, e ter a mais importante lição da minha vida.

Rainha boa é rainha morta!
 
 
Texto original publicado em um sábado, dia cinco de agosto de 2017 às 17:32



Joana

O dia de hoje está interessante. Com visões, revelações e aviões que passam sobre minha cabeça. Entro em um ônibus, logo depois entra dona Joana. Passa a roleta e senta. Olho seus cabelos brancos, penso coisas...

E ela fala comigo: _Hoje vou comemorar com uma feijoada.
Respondo: _Faz muito bem.

_Colesterol normal, tudo bem… então eu posso.

E numa curiosidade incrível pergunto; _Quantos anos a senhora tem?

E com o ruído do trânsito abafando nem escuto: 106.

Como?

106.

Conversamos animadamente sobre a vida em 106 anos, sobre livros e projetos para o futuro. Dela.

Antes de sair pergunto se posso tirar uma foto. Me despeço e desço. Sigo na vida pensando em comer uma feijoada.
 
 
Texto original publicado em um domingo, dia 28 de janeiro de 2018 às 12:54

Bakô – A outra margem.

Visitei São Paulo naquilo que chamo de condição especial de espectador privilegiado, em uma concepção quase grotowskiana para atuar como iluminador em uma das coreografias apresentadas durante a mostra de 2013 do Rumos da Dança organizada pelo Itaú Cultural desde 2000 e assistir as que pudesse.

Tendo trabalhado com alguns coreógrafos de vanguarda, como Regina Miranda, Marcia Milhazes, Marcela Levi, Helena Vieira entre outros, fui pronto para assistir a vanguarda da dança. Coincidentemente, em uma matéria sobre os quarenta anos dos Dzi Croquetes, Ciro Barcelos, um dos dzis jocosamente fala na retaguarda da dança. Na verdade tal comentário, contrapondo-se à vanguarda, ou não, nos leva ao ponto central da discussão aqui proposta.

Ao entrar no espaço do Itaú Cultural fui levado a conhecer o teatro onde seria realizada a apresentação a qual estava ligado – Com o máximo de silêncio pois dentro ocorria um ensaio – o espaço estava sendo ocupado pela apresentação da noite, e seus ajuste de cenografia, som e luz.

No palco, uma desconhecida para mim, movia-se com a leveza e firmeza de um sem numero de orixás. Nossa tradição branca, europeia e cristã nos priva de um conhecimento tão fundamental de nossas raízes como nação. Independente de ser branco, europeizado e de tradição cristã.

Sobre este aspecto, Bakô – A outra margem é exatamente isso; o outro lado de nós, e não apenas o lado de lá daquele rio de sal chamado atlântico. Esse é o enfrentamento de tradições que nos completa como nação. Dentro de um festival de uma tradição branca europeia que é a dança, e mais ainda do hemisfério norte, a dança contemporânea, com seus Nijinskis, Cunninghams e Bausches, entrar em uma sala e nela encontrar Oyá levantando vento é uma feliz surpresa.

E novamente a lembrança de Barcelos vem a mente. Retaguarda. Aquilo que é base, que nos sustenta. Não existe um movimento novo ou posição que o corpo não tenha encontrado e ocupado no espaço nesses poucos milhões de anos da história hominídea. Os paradigmas quebrados pela dança contemporânea em relação àquela de tradição verticalizada e europeia, não cria espaços ainda não penetrados pelo corpo em novos movimentos, mas altera radicalmente o vocabulário e esquemas anteriormente utilizados. Dessa forma a dança contemporânea se impõe como mudança de linguagem, de forma mas com conteúdos antes banais que agora invadem uma cena antes aristocrática.

A contemporaneidade proposta por Bakô reside não apenas no enfrentamento de tradições, mas no resgate e valorização do maior grupo étnico existente no Brasil.

Axé, Luciene Ramos. Que seu Bakô seja a ponte que acabe com margens e lados.
 
 
Publicado originalmento num domingo, 28 de janeiro de 2018 às 13:00